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Os primórdios de Batman em TPB

CapaBoa notícia para os fãs do morcego! A DC Comics decidiu compilar as primeiras histórias de um dos seus personagens mais conhecidos em paperback.

Surge assim Batman Chronicles Volume 1, que junta as histórias de Detective Comics #27-37 e Batman #1, onde são contadas as primeiras aventuras do Cavaleiro Negro. Podem contar com histórias de Bob Kane (o criador), Bill Finger, Gardner Fox, Jerry Robinson e Sheldon Moldoff. Está planeado o lançamento de mais volumes, nos quais serão reeditadas histórias de Detective Comics, Batman e World's Finest e de outras revistas onde o morcego foi aparecendo ao longo dos anos, por ordem cronológica de edição.
Isto é tão antigo que é muito difícil de arranjar sem ser desta forma, a não ser que tenham montes de dinheiro para gastar em leilões.
À venda na Amazon, duas edições, uma da DC e outra da Titan Books:
Batman Chronicles: Volume 1 DC Comics
Batman Chronicles: v. 1 Titan Books

Farinha

Déogratias

CapaAutor: Jean-Philippe Stassen
Editora: Edições Asa (edição portuguesa); Dupuis

No prolífero mercado franco-belga as BDs de Stassen são uma agradável lufada de ar fresco. Ao denunciar diversas desigualdades sociais, e ao retratar a vida das minorias (Louis le Portugais), Stassen afirmou-se como um autor de excepção no campo dos quadradinhos. Em 1997 Stassen foi ao Ruanda fazer uma surpresa a alguém e o que era para ser apenas uma viagem transformou-se num projecto audacioso: um álbum sobre a tragédia do Ruanda, que na Primavera de 1994 matou mais de 500 000 Tutsis e Hutus moderados. O resultado foi o álbum Déogratias que em 2001 ganhou o prémio René Goscinny (melhor argumento) em Angoulême e o prémio France Info.
Com as roupas em farrapos, olhar esgazeado, Déogratias erra pelas ruas de Butare, Ruanda, em busca de cerveja que o faça esquecer que é um cão. Mas à noite, sem urwagwa (cerveja de banana), os seus pesadelos voltam a assombrá-lo… Antes do genocídio, o jovem Déogratias faz pequenas tarefas na missão Católica dirigida por dois padres belgas. Na missão vivem também Bénigne e Apollinaire, as filhas de Vedette, uma prostituta respeitável. Déogratias está apaixonado por Apollinaire, mestiça e supostamente filha de um dos padres, mas esta rejeita-o pois uma relação amorosa seria contrária aos ensinamentos da missão. No entanto, Bénigne é mais indulgente e acaba nos braços de Déogratias. Graças a um inteligente sistema de flash-backs vamos acompanhando Déogratias, e os que lhe são próximos, antes, e após, os terríveis acontecimentos. Assim acompanhamos as personagens no seu quotidiano e instalamo-nos confortavelmente nas suas vidas à espera do terrível acontecimento que transformou Déogratias num cão.
Embora o tema central do álbum seja inevitavelmente o genocídio são raras as cenas de violência que Stassen nos mostra. Ao relatar a história a dois tempos Stassen inteira-nos das alterações irremediáveis que a vida deste povo sofreu, e é isso que acaba por ser mais chocante para o leitor. O olhar corrosivo de Stassen não poupa ninguém, desde as forças colonizadoras que acentuam as divergências entre as diferentes etnias, até à rádio que incita o massacre dos Tutsis, todos têm a sua quota-parte de responsabilidade.
Stassen optou por abordar o genocídio através de uma história individual fazendo assim surgir a verdadeira História por trás deste álbum. Foi uma escolha certeira que lhe permitiu humanizar o drama e torná-lo mais perceptível. Ao escolher alguém perfeitamente banal, como Déogratias, Stassen sugere que o genocídio foi, em grande parte, realizado por pessoas comuns. Houve certamente extremistas que exaltaram os ânimos da população, e também quem resistisse, mas Déogratias não se enquadra em nenhuma destas categorias. Ele é o Ruandês comum que permitiu que o genocídio acontece no seio da sua comunidade, mas os remorsos nunca o vão abandonar…
Os desenhos de Stassen adequam-se perfeitamente com a narrativa. O traço simples, erroneamente ingénuo e a paleta, propositadamente limitada, de cores quentes, asfixiantes, são intrinsecamente africanos. Este estilo de desenho original é o complemento perfeito para o brilhante sistema narrativo a dois tempos utilizado por Stassen.
Gostei muito desta BD que tem uma componente social muito forte. É um óptimo relato de mais uma infeliz tragédia que mancha as páginas da nossa História e deveria ser lido por toda a gente. Stassen conseguiu ultrapassar de maneira hábil os limites que teimosamente tentam impor à nona arte e trouxe-nos mais uma daquelas BDs que são para dar a conhecer a toda a gente, até aquele vosso conhecido que só sabe gozar com os quadradinhos não terá nada a apontar a Déogratias. Se gostaram, e querem mais livros do Stassen, a Asa já publicou o seu último trabalho: Crianças.

Ferrão

"Os Compadres" no Jornal Destak

A tira cómica "Os Compadres", da autoria de Sergei do site Sergei Cartoons está a ser publicada no Jornal Destak.
O jornal, o primeiro a ser distribuído em transportes publicos em Portugal, tem uma tiragem de 100.000 exemplares diários e é distribuído gratuitamente nos transportes públicos da grande Lisboa, bem como em alguns semáforos, cafés e universidades.
No site Sergei Cartoons podem ficar a conhecer as personagens e os mais impacientes podem ver todas as tiras publicadas até agora. Ou então podem ler uma tira nova todos os dias de manhã, para ajudar a acordar, enquanto se transportam para o emprego ou para a escola.

Farinha

1º Festival Internacional de BD de Beja

Image hosted by Photobucket.comEntre os dias 9 e 28 de Abril terá lugar na Casa da Cultura de Beja o 1º Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja.
O Festival contará com as exposições individuais de Alain Corbel, David Rubin, Diniz Conefrey, Fritz, José Abrantes, José Carlos Fernandes, Miguel Rocha, Muñoz & Sampayo, Pedro Cavalheiro, Pedro Leitão e Ricardo Ferrand, e com as colectivas "TERTÚLIA BDzine" e "Há Movimento Debaixo da Terra".
De destacar é a inauguração da Bedeteca de Beja, o lançamento do livro Cloudburst (Edições Devir) e do Bdjornal, bem como a presença de muitos dos autores em exposição logo no primeiro dia do Festival.
O evento, que ocupa praticamente todos os espaços da Casa da Cultura, permite que se possa fazer uma leitura actual de algumas das tendências mais incisivas da arte contemporânea nesta área da produção artística(...)
Para mais informações acerca do Festival (programa, exposições, localização) visitem a página oficial (precisam do Macromedia Flash Player).

Farinha

Devir aposta em Hellblazer

CapaTenho andado tão ocupado com o que se passa lá fora que nem reparo nos lançamentos que são feitos cá em Portugal.
A acompanhar o grande sucesso do filme Constantine em Portugal que, segundo o ICAM (Instituto do Cinema, Audiovisual e Multimédia), já rendeu só em Portugal cerca de 1 milhão de euros desde a sua estreia há menos de um mês, a Devir decidiu lançar a graphic novel Hellblazer: Todo o Seu Engenho. Esta história, escrita por Mike Carey e desenhada por Leonardo Manco está um pouco fora da continuidade da revista mensal Hellblazer mas é uma boa introdução para aqueles que tiveram um primeiro contacto com a série através do filme Constantine. A Devir dá-nos a seguinte sinopse:
Quando uma misteriosa epidemia põe centenas de pessoas em coma profundo, incluindo a neta do seu melhor amigo Chas, John Constantine vai tentar encontrar uma “cura”, mesmo que para isso tenha que negociar com todas as espécies de demónios.
Uma missão arriscada, que o vai levar das ruas brumosas de Londres às auto-estradas cheias de sol de Los Angeles e enfrentar demónios de Hollywood, que querem abrir franchises do Inferno na Cidade dos Anjos, e antigas divindades aztecas dispostas a liquidar a concorrência, numa história fantástica e sombria, escrita por Mike Carey e ilustrada pelo traço pormenorizado e realista de Leonardo Manco, a actual dupla responsável pela série mensal Hellblazer.
O TPB de 120 páginas já deve andar nas lojas por 11€. Quem não gostar de traduções pode adquirir a versão original que, apesar de ser um bocadinho mais cara (cerca de 17€ no Amazon), vem num formato capa dura.
Em Abril vai chegar às livrarias uma antologia de Hellblazer intitulada "Nas Ruas de Londres", que recolhe algumas das melhores histórias publicadas ao longo dos mais de 200 números da série, nas quais participaram nomes como Neil Gaiman, Dave McKean, Garth Ennis e Warren Ellis.

Farinha

Sin City está quase a chegar

Com a estreia no cinema a aproximar-se a passos largos, o Yahoo! Movies disponibilizou um documentário de 11 minutos sobre Sin City.
Em "Bringing The Graphic Novel To Life" podemos ver imagens dos bastidores e declarações dos realizadores e actores bem como algumas cenas inéditas do filme.
Nessa mesma página está também disponível o trailer do filme, várias imagens da banda desenhada e do filme e ainda uma comparação entre o filme e a BD em que são mostradas lado a lado imagens de um e de outro (a semelhança é impressionante!).
Também a acompanhar a estreia está o SuperHero Hype com 3 artigos sobre o filme. No primeiro, as mulheres de Sin City (Rosario Dawson, Jessica Alba, e Brittany Murphy) falam sobre o seu papel na obra de Frank Miller. Clive Owen e Benicio del Toro são os entrevistados na segunda reportagem. Em último lugar, Robert Rodriguez diz como foi trabalhar com Quentin Tarantino e Frank Miller. O realizador deixou ainda escapar informações sobre o DVD que ele tem planeado para o filme. Segundo ele, as três histórias que foram condensadas neste único filme vão estar disponíveis em separado e com cenas extra:
(...) you can just watch The Big Fat Kill from beginning to end, the full cut. That's a single story, and then switch over and watch The Yellow Bastard and that's forty five minutes. It'll have all the material back in. So it'll be like the experience of picking up the book, where you pick up one story and you read it from beginning to end.
A estreia de "Sin City" nos EUA está marcada para dia 1 de Abril. Depois disso é só esperar que tragam o filme cá para este lado do oceano. E que se despachem, porque pelo menos eu estou ansioso!

Farinha

Bryan Singer nos Ultimate X-Men

Ultimate X-MenA linha Ultimate da Marvel, lançada em 2000, começou por rejuvenescer o Spider-Man ao introduzi-lo num universo paralelo onde os super-heróis só teriam aparecido nos dias de hoje. Alguns meses mais tarde a equipa de mutantes mais famosa do mundo recebeu o mesmo tratamento e em 2001 saiu o primeiro número de Ultimate X-Men. Entretanto a linha Ultimate tem sido um sucesso e do seu catálogo já fazem parte personagens como: Fantastic Four, Iron Man, Elektra/Daredevil, Mary Jane (saiu um romance sobre a amiga de Peter Parker), The Ultimates (uma equipa à la Avengers), etc…
A escrita de Ultimate X-Men não tem propriamente andado na lama, inicialmente Mark Millar (Wanted) escreveu 32 números (parou no nº33), em seguida foi a vez do prolífico Brian Michael Bendis (Powers) passar por esta nova versão dos X-Men (do nº34 ao nº45), neste momento a série vai no nº 56 e os últimos 10 números foram escritos por Brian K. Vaughan (Y: The Last Man, Ex-Machina). No entanto a Marvel já tinha anunciado em Fevereiro de 2004 que Bryan Singer, o realizador dos 2 filmes dos X-men (X-Men e X2), iria estar a cargo da escrita de Ultimate X-Men, junto com Michael Dougherty e Dan Harris que escreveram os guiões dos filmes dos mutantes. Passado um ano a Marvel confirmou que as histórias escritas sob a orientação de Singer já estão prontas e vão ser publicadas em Dezembro deste ano. Para justificar o atraso dos argumentos de Singer a Marvel adiantou que quis reunir todo o material para depois não haver atrasos devido à vida movimentada de Hollywood…
Embora Singer não tenha uma participação muito significativa neste projecto o título do comic vai mudar para Bryan Singer presents: Ultimate X-Men. Ainda não foi anunciado nenhum desenhador.

Ferrão

Paul Auster's City of Glass

CapaArgumento: Paul Auster (Romance)
Adaptação: Paul Karasik e David Mazzucchelli
Editora: Picador

Este City of Glass é a adaptação para os quadradinhos da primeira história de A Trilogia de Nova Iorque, o livro que lançou Paul Auster para a fama. Foi com esta história que começou a minha relação duradoura com os excelentes livros de Auster e por isso confesso que quando vi este livro à venda fiquei entusiasmado, mas não o suficiente para deixar de pensar na necessidade de passar para BD um romance tão bom. Esta dúvida é também partilhada por Art Spiegelman (Maus) que escreveu na introdução para esta reedição:
“I couldn’t figure out why on earth anyone should bother to adapt a book into . . . another book!”.
City Of Glass foi originalmente publicado em 1994 (e nomeado para os Eisner e Harvey Awards nesse ano) pela Avon Books para começar uma colecção de graphic novels respeitáveis (Neon Lit) baseadas em obras literárias. Escolhido pelo The Comics Journal como um dos 100 melhores comics do século, este é um daqueles títulos de culto desaparecidos que graças à Picador voltou com cara nova em 2004.
City of Glass é, como Auster gosta de lhes chamar, uma das suas “broken men stories” (como o Livro das Ilusões ou Leviathan). Daniel Quinn era um poeta promissor, mas quando a sua esposa, e o filho morreram, decidiu desaparecer e passou a escrever policiais sob o pseudónimo William Wilson. Daniel passou a viver sozinho e a sua única distracção era escrever os romances policiais do detective Max Work, até ao dia em que recebe uma chamada enganada a meio da noite. A pessoa que lhe ligou queria falar com o detective privado Paul Auster e Quinn decide entrar no jogo e faz de conta que é Auster. No dia seguinte conhece Virginia, e Peter Stillman. Peter é um homem desfeito que fala por charadas. Ele é o resultado das experiências do pai, também chamado Peter Stillman, que o fechou, ainda criança, durante 9 anos numa sala sem luz e sem qualquer contacto humano, tirando os abusos ocasionais do pai. Peter Stillman, pai, era um professor universitário obcecado em descobrir uma linguagem que unisse os objectos às palavras, restaurando assim a linguagem original de Deus, e usou o filho para realizar as suas experiências. Quando tudo falhou pegou fogo à casa e aos seus apontamentos, mas o filho conseguiu fugir, e enquanto ficou internado num hospital psiquiátrico, o pai foi preso. Os Stillman pediram ajuda a Auster/Quinn porque o pai vai ser libertado e querem que ele o siga para terem a certeza que não volta para atormentar Peter. É uma narrativa bem ao jeito de Paul Auster em que a história inicial pode sempre conter outra história escondida.
O problema de passar isto para quadradinhos é que City of Glass não é propriamente uma história muito visual: as sequências de acção não abundam, há uma grande quantidade de diálogos e grande parte da história envolve Quinn e os seus pensamentos. Felizmente o trabalho de Karasik e Mazuchelli é impecável. David Mazzucchelli destacou-se no mundo dos comics mainstream, durante os anos 80, graças ao seu estilo inovador e pelo seu trabalho com Frank Miller em Daredevil: Born Again e Batman: Year One. Pouco depois de Year One Mazzuccheli abandonou os comics de super-heróis, demasiado limitativos para o seu gosto, e enveredou por caminhos mais experimentais. Em 1994 voltou à banda desenhada com este título mas encontrou dificuldades em transformar o texto de Auster em quadradinhos.Arte Interior É aqui que entra Karasik, ex-aluno de Spiegelman, com a sua proposta de usarem uma grelha de nove quadradinhos para cada página de modo a recriarem visualmente a rígida estrutura da narrativa de Auster. Mazzucchelli adoptou esta grelha mas alargou, e alongou, os quadradinhos da grelha (juntando-os) conforme as suas necessidades. O mais impressionante nesta adaptação é a forma como os artistas lidam com as sequências que em principio seriam mais difíceis de transcrever para os quadradinhos, por exemplo, durante os diálogos é frequente haver uma divagação visual sobre o que está a ser discutido mas sem mostrar os interlocutores da conversa. A sequência em que os desenhos entram progressivamente para dentro de Stillman enquanto este conta a Auster o que o pai lhe fez, é inesquecível. É incrível como os desenhos a preto e branco de Mazzucchelli são austeros e produzem um efeito marcante na forma como percepcionamos Quinn e a sua aventura, sem a utilização de grandes subterfúgios visuais utilizados noutro tipo de BD.
Embora tenha ficado com a inevitável sensação de que se perde parte da magia de Auster nesta adaptação, gostei muito desta BD que me mostrou uma forma muito original de utilizar os recursos visuais. O resultado final é mais do que uma mera adaptação de um romance, é uma grande obra de BD em que os desenhos são mais do que um mero complemento das palavras. Em suma, aconselha-se a todos os apreciadores dos romances de Auster e a quem procure dilemas metafísicos enclausurados em quadradinhos. Encontra-se à venda na FNAC.

Ferrão

Neil Gaiman, o angariador de fundos

Qual é a melhor coisa a fazer quando se procura algo que não se consegue encontrar em lado nenhum? Procurar no eBay!
E foi mesmo isso que Neil Gaiman fez quando não conseguiu encontrar um nome para o navio do seu mais recente livro, "Anansi Boys":
I've got to name a currently unnamed cruise ship in Anansi Boys. I have no idea what to call it, and, a couple of days ago, realised that my utter lack of inspiration could do good things for the CBLDF. If you wish, you can bid to have the ship named after you, your loved one, your dog, or even your favourite word.
Image hosted by Photobucket.comFoi desta forma que Gaiman abriu um leilão no eBay, que durou uma semana e acabou hoje. Depois de 52 ofertas, o direito a dar o nome ao navio de Gaiman foi comprado pela módica quantia de 3.533 dólares (2.564 euros). O vencedor do leilão terá também direito a uma cópia autografada do livro quando este for lançado.
Todo o dinheiro será doado à CBLDF (Comic Book Legal Defense Fund), uma organização com fins não lucrativos que se especializa na defesa de casos relacionados com a First Amendment em que estejam envolvidos autores e editoras de banda desenhada.
Apesar do lançamento do livro ser só em Setembro, já foi divulgada a sua capa (à direita) e já está disponível para encomenda na Amazon.

Farinha

Oldboy nasceu nos quadradinhos

"Oldboy", um dos mais recentes filmes asiáticos em exibição em Portugal, é inspirado no manga com o mesmo nome.
Não é só no mundo ocidental que a banda desenhada tem inspirado a criação de filmes. Este filme, que está a ter críticas muito positivas, teve origem na banda desenhada de Tsuchiya Garon (argumento) e Minegushi Nobuaki (desenho), publicada originalmente em 1997, em 1600 páginas divididas em 8 volumes.

A história segue Oh Dae-su, um homem que se vê detido numa prisão sem saber porquê e quem está por trás de tudo. Mas esta não é uma prisão convencional. A cela apresenta-se como um quarto de hotel e Oh Dae-su tem apenas uma televisão como contacto com o mundo exterior. Depois de um longo encarceramento (15 anos), Oh Dae-su é libertado sem qualquer explicação. Na sua mente estão presentes apenas duas coisas: descobrir quem o prendeu e fazê-lo pagar por isso.
Nesta busca pela vingança vamos descobrindo o personagem ao mesmo tempo que ele se descobre a si próprio.

Aclamado pela violência pura e pela genialidade do seu realizador (Chan-wook Park), "Oldboy" promete tornar-se uma obra de referência para o cinema.
E como não podia deixar de ser já está previsto um remake americano realizado por Justin Li.
Oldboy #1
Oldboy #8Capa FilmeCapa Original Filme


Farinha

Homem Aranha na terra das especiarias

Spider-Man IndiaO que pensariam se vos dissessem que ia ser feita uma versão indiana do super-herói que conhecemos tão bem, o Homem-Aranha? Pode parecer uma brincadeira mas é mesmo verdade! Tanto é que até já aconteceu.

O Peter Parker passou a chamar-se Pavitr Prabhakar, o seu tio Ben transformou-se no tio Bhim e a Mary Jane passou a ser conhecida como Meera Jain. Este projecto levado a cabo pela Gotham Comics teve como objectivo aumentar o mercado do aracnídeo chamando a atenção de uma cultura diferente.
Em "Spider-Man India", o nosso herói acabou de se mudar para Bombaim. Na escola é gozado pelos seus colegas por usar as roupas tradicionais da aldeia de onde veio. Além disso, Pavitr ainda tem pesadelos devido ao assassinato dos seus pais quando ele era uma criança.
Este Homem-Aranha não resulta da mordidela de uma aranha radioactiva. Como estamos na Índia há misticismo à mistura. É um yogi que entrega a Prabhakar o poder da aranha "que tece a intangível teia da vida". Depois disso ele acorda num telhado vestido com uma mistura entre o uniforme azul e vermelho que todos conhecemos e um dhoti (como na imagem). Este nosso herói tem como principal inimigo um demónio hindu que obteve os seus poderes depois de roubar um amuleto místico.
Na altura falou-se até de um filme no caso da banda desenhada ter sucesso, mas até agora não há mais novidades.
No site oficial podem ver várias imagens de "Spider-Man India".

Farinha

Novo projecto de Alex Ross

PreviewJustice é o novo projecto de Alex Ross (Marvels, Kingdom Come e inúmeras capas pintadas espectaculares) para a DC.
A série vai ser escrita por Jim Krueger, que já tinha colaborado com Ross em Earth X da Marvel, e Doug Braithwaite fará os desenhos, que serão finalizados e pintados por Ross.

Justice vai ser sobre a Liga da Justiça e alguns dos seus maiores inimigos. Ross vai apresentar a sua versão das personagens embora admita que vai manter a essência de cada um. Já está anunciada a presença de aproximadamente 15 vilões, entre os quais constarão: Luthor, Brainiac e Cheetah. Já está também previsto o lançamento de action figures baseadas nos desenhos de Alex Ross pela DC Direct.
Sendo um fã de Marvels e o facto de Ross afirmar que este vai ser um dos seus melhores trabalhos dos últimos anos deixa-me com muita vontade de ver o resultado final. Acho que este desenho é o suficiente para deixar qualquer um curioso.

Ferrão

Novo trailer de Sin City

PosterNão vale a pena estar a falar do filme de Sin City outra vez porque já o fiz aqui, e a crítica de Mulher Fatal também está aqui. O que interessa é que já está disponível o poster final do filme (esquerda) assim como um novo trailer bombástico que vos vai deixar a salivar por mais, dia 01 de Abril estreia nos Estados Unidos.

Ferrão

Neverwhere de Gaiman em BD

Neil Gaiman's NeverwhereO romance Neverwhere, de Neil Gaiman, originalmente uma série produzida pela BBC para a televisão (disponível em DVD), vai ser adaptado pela DC ao mundo dos quadradinhos. Escrita por Mike Carey (Lucifer) e desenhada por Glen Fabry (Sandman: Endless Nights), a mini-série de 9 números Neil Gaiman’s Neverwhere vai ser editada pela Vertigo a partir de Junho.
Neverwhere é a história de Richard Mayhew, um jovem londrino completamente banal, que uma noite ajuda uma estranha que encontra a sangrar no meio da rua. Horas mais tarde a rapariga desapareceu assim como tudo o que fazia parte da vida de Richard: os seus cartões de crédito já não funcionam, o seu apartamento foi alugado a outra pessoa… No entanto ele descobre um labirinto subterrâneo onde vivem monstros, anjos e assassinos: Neverwhere. Este sítio é o domínio de Door, a rapariga que Richard salvou, e que quer descobrir por que razão chacinaram a sua família. Sem mais ninguém a quem recorrer Richard vê-se obrigado a juntar-se à comunidade subterrânea de seres fantásticos e ajudar Door. A adaptação da DC/Vertigo vai ser feita com a orientação de Neil Gaiman e em Abril os leitores de Fables (nº36) vão poder apreciar um preview de 8 páginas de Neverwhere.

Ferrão

Tintin em DVD no Público

A partir de amanhã (11/03) o Público vai lançar uma colecção de 21 DVDs com as aventuras do famoso repórter criado por Hergé. A colecção começa pela famosa aventura espacial de Tintin e Milu: Objectivo Lua. Aproveitem porque o primeiro DVD é gratuito na compra do jornal (notícia completa).

Ferrão

Hellboy volta em Junho

HellboyUma notícia no site da Darkhorse dá conta do regresso de Hellboy numa nova mini-série. Escrito e ilustrado por Mike Mignola (que é também o criador da personagem), "Hellboy: The Island" promete surpreender os fãs.
A história continua no ponto onde foi deixada há mais de dois anos atrás em "Hellboy: The Third Wish". Depois de todo esse tempo no fundo do mar, Hellboy dá à costa numa ilha repleta de navios abandonados onde começa a ser atormentado por espíritos de homens mortos e ignora o conselho de um antigo inimigo. No decorrer da história são revelados alguns segredos do mundo de Hellboy.
"Na ilha, Hellboy bebe uns copos e aprende muita coisa que ele não queria saber... acerca dele próprio. Nesta mini-série decidi contar muitas coisas que nunca pensei que alguma vez fosse contar." disse Mike Mignola.
O editor de "Hellboy" Scott Allie acrescentou:
The Island not only reveals things about Hellboy and his world that readers have been asking about for years, but it shows Mike at his most inventive. He's still experimenting with the art form, still finding new ways to tell a story. The Island's unlike anything he's ever done."
O já muito galardoado Mike Mignola (1 Harvey Award e 3 Eisner Awards) recebeu no passado dia 3 o título de "2005 Parsons Modern Master of Illustration".

Farinha

"V For Vendetta" começa a ser filmado

Image hosted by Photobucket.comComeçou hoje a ser filmada em Berlim, na Alemanha, a há muito esperada adaptação da graphic novel de Alan Moore "V For Vendetta".
O filme está a ser produzido pelos irmãos Wachowski e por Joel Silver (os criadores e o produtor da triologia "Matrix") e realizado por James McTeigue, que trabalhou recentemente como assistente de realização nas triologias "Star Wars" e "Matrix". Até agora o elenco conta com Natalie Portman ("Star Wars: Episodes I-III," "Closer," "Garden State"), James Purefoy ("Vanity Fair," "Resident Evil") e Stephen Rea ("Interview With the Vampire," "The Crying Game").
Numa conferência de imprensa dada em Berlim há poucos dias, Joel Silver afirmou que o trabalho neste filme começou mesmo antes da triologia "Matrix" e que neste filme vai ser contada toda a história, não deixando espaço para sequelas:
This is it; this is the story. It doesn’t go past this movie, that is the intention.
Na mesma conferência de imprensa James McTeigue disse que o argumento do filme está muito fiel ao trabalho original de Moore.Image hosted by Photobucket.com
O argumento baseia-se na minissérie de Alan Moore e David Lloyd, lançada originalmente em Inglaterra mas que só foi terminada em 1988, quando publicada pela DC.
A história passa-se numa Inglaterra futurista e fascista, dominada por um regime totalitário. Neste contexto surge V (James Purefoy), um vigilante mascarado, que pode ser visto como um terrorista ou como um combatente pela liberdade; e Evey (Natalie Portman) que acaba por se ver envolvida no plano de V para acabar com a crueldade e a corrupção que atormenta toda a sociedade.
"V For Vendetta" foi editado em português do Brasil pela Globo e pela Via Lettera em dois volumes. Outra alternativa é a Amazon, na edição em inglês.
O filme será lançado a 4 de Novembro de 2005 pela Warner Bros. Consultem a página oficial para as novidades.

As Pombinhas do Sr. Leitão

capa
Autor: Miguel Rocha
Editora: Baleia Azul (1999)

Desenganem-se os que pensavam que isto era só falar de novidades acabadinhas de sair, desta vez trago-vos um título que já tem 6 anos de pó acumulado nos baús da BD portuguesa. Miguel Rocha é um dos valores seguros dos quadradinhos lusos contemporâneos, e ganhou em 2004, com o livro Vida numa Colher – Beterraba, o prémio de Melhor Álbum Nacional no FIBDA. Depois de uma passagem de 9 anos pelo mundo da publicidade Miguel Rocha dedicou-se à arte dos quadradinhos e depois de: O Enigma Diabólico (com José Abrantes), Dédalo e Borda d’água, sai em 1999 As Pombinhas do Sr. Leitão que veio enriquecer o excelente catálogo da infelizmente defunta Baleia Azul.
As Pombinhas do Sr. Leitão evoca o ambiente opressivo que se viveu durante o Estado Novo. O Sr. Leitão é uma daquelas personagens ignóbeis que se detestam à primeira vista, é o típico burguês puritano: gordo, baixinho, de bigode, quase careca e tem umas feições viciosas que fazem lembrar um porco pronto para a matança. É um cidadão atento que procura na imprensa elementos anatómicos femininos que possam destabilizar os bons costumes, e a moral do povo português, para os relatar à comissão de censura. Além de estar sempre atento às acções da populaça na pequena comunidade onde vive. E é assim que começa a história, o Sr. Leitão está indignado por o padre ter colocado uma rapariga desconhecida a viver numa leitaria sem antes ter avisado as autoridades competentes. Ninguém sabe de onde veio e ainda por cima nem pode contar a sua versão da história porque não fala. A moça fica então na leitaria onde o Sr. Leitão se delicia todos os dias ao almoço com os seus cozinhados e à vista do seu corpo voluptuoso. A rapariga até é boa cozinheira, e agradável à vista, mas é claro que é só em nome dos bons costumes que o Sr. Leitão decide levá-la para sua casa contra a vontade de todos. No entanto a mulher dele sabe qual o destino da rapariga pois não é a primeira “pombinha” que ele leva lá para casa… Mas esta é uma história passada durante o Estado Novo e portanto a família da leitaria mostra-nos as provações que o povo sofria na altura, principalmente nas mãos das autoridades policiais absurdas, ridículas e ineficazes retratadas por Rocha.
Em termos gráficos Miguel Rocha não foge ao que já nos habituou com os seus desenhos a pastel que servem perfeitamente os recursos narrativos. Gosto deste tipo de desenho que não é “limpinho” como o dos comics de super-heróis, que mostra a visão do autor e a atenção dedicada a cada página. No entanto é a técnica de coloração, utilizada por Rocha de maneira exímia, que contribui em grande parte para dar o tom a esta BD. A utilização quase exclusiva de cores escuras, e acinzentadas, transmitem-nos o ambiente tirânico da época e a tristeza que inundava a vida de grande parte das pessoas. As raras excepções em que surgem cores mais vivas, e quentes, marcam sinais de esperança ou de pureza no ambiente oprimente do Estado Novo.
Embora seja uma história de ficção, e não tenha pretensões didácticas, é interessante ler uma BD cuja acção se desenrola durante o Estado Novo e que se esforça por transmitir de forma fidedigna o ambiente vivido na altura. Aconselho vivamente este trabalho de Miguel Rocha. É difícil encontrar este livro em livrarias mas se forem à biblioteca de Telheiras encontram lá um exemplar, ou se o quiserem comprar ainda faz parte do catálogo da Central Comics .

Ferrão

Keanu Reeves na capa da MAD

Há mais de 50 anos que a revista MAD aproveita o que se passa no mundo para fazer humor nas suas páginas.
Nascida em 1952, a revista ganhou sucesso por não poupar nada nem ninguém à exposição e, por vezes, ridicularização nas suas páginas. Desde Marilyn Monroe até Monica Lewinsky passando por Martin Luther King e Saddam Hussein, ninguém escapou aos quadradinhos da revista. O sucesso ao longo dos anos levou até à criação de uma série de televisão chamada MadTV, que já vai na 10ª época. No site de Doug Gilford estão disponíveis, além de outras coisas, todas as capas da MAD, que já vai no número 451. Para os que quiserem saber mais sobre a história desta revista aconselho a Wikipedia.
Uma das vítimas da edição deste mês é o filme "Constantine", numa rubrica a que os editores da revista chamaram "Constant-Theme". Na página oficial está disponível um pequeno preview.

Farinha