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Bang Bang Vol. 1

Autor: Hugo Teixeira
Editora: Pedranocharco (2007)

Como já é hábito, o FIBDA é a única altura em que a BD portuguesa saí da gaveta dos autores, e agita um pouco o marasmo editorial que domina a 9ª arte por cá… A Pedranocharco (editora do resistente BD Jornal) não foi excepção e lançou dois títulos: Sexo, Mentiras e Fotocópias, de Álvaro (que ainda não li, mas já teve direito a crítica no Ípsilon) e Bang Bang, de Hugo Teixeira.
Hugo Teixeira deu-se a conhecer ao público com a sua participação no BD Jornal: Os Monótonos Monólogos de um Vagabundo, um pequeno conto intimista, e bastante pessoal.
Bang Bang, o primeiro mangá português a ser editado, chega-nos num registo totalmente diferente. O autor denomina-o de “mangá cyberpunk” e tem alguns elementos de western à mistura. Trata de uma organização interplanetária de caçadores de cabeças, no ano de 3029, em mundos pós-apocalípticos que fazem lembrar Blame!, de Totsumo Nihei. Este álbum de 68 páginas, contem apenas cerca de 40 páginas de BD; onde, além de serem apresentadas as duas personagens principais, acontece muito pouco. Além disso, Bang Bang parece não trazer nada de novo ao género e limita-se a repetir fórmulas existentes: uma heroína sozinha, num mundo desolado, em busca de alguma vingança pessoal e acompanhada por um sidekick trapalhão…
No desenho, Hugo Teixeira aproxima-se dos mangás deste género. A influência de Totsumo Nihei é notória, principalmente nos cenários, mas o seu traço ainda tem de melhorar muito, principalmente quando desenha pessoas… No entanto, gostei das naves, e outros veículos, onde Hugo Teixeira parece muito mais à vontade.
Bang Bang é um projecto cheio de boa vontade, e segue o plano de divulgação de BD portuguesa lançado há muito por Jorge Machado Dias. No entanto, peca pela falta de originalidade e pelo tamanho reduzido do álbum, que não permite que a história desenvolva o suficiente para cativar o leitor. Nota positiva para os extras incluídos no final do álbum.

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