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Novo filme e BD de Bruce Campbell

Capa #1A lenda dos filmes de série B, Bruce Campbell, está de volta com um novo filme e com uma banda desenhada a acompanhar.
Bruce, cujo currículo inclui a fabulosa triologia "Evil Dead" (Evil Dead 1, Evil Dead 2 e Army of Darkness), tem um novo filme no qual é o actor principal, realizador e co-escritor (juntamente com David Goodman). O filme chama-se Man with the Screaming Brain e conta a história de um homem de negócios americano (Bruce) que quer tirar partido do fraco estado económico de um país da ex União Soviética. O personagem de Bruce envolve-se com a mulher errada (uma ex-KGB) e com um cientista louco com planos para ficar rico com a sua invenção que permite o transplante de cérebro.
As limitações financeiras que surgem sempre na produção de filmes fez com que Bruce Campbell tivesse de alterar certas partes do filme, surgindo assim a ideia de fazer uma BD que funciona como um director's cut. Será então lançada, ainda antes do filme, uma mini-série de 4 números em que se pode ver o que Bruce queria fazer no filme, antes dos cortes orçamentais acontecerem. Cada uma das revistas terá uma capa alternativa, desenhada por artistas bem conhecidos: Phil Noto, Humberto Ramos (Spider-Man), Eric Powell (The Goon) e Mike Mignola (Hellboy).
Esta não é a primeira vez que um filme de Bruce Campbell dá origem a comics. Já existem duas outras mini-séries, Army of Darkness: Ashes 2 Ashes e Army of Darkness: Shop Till You Drop Dead, que continuam a história da triologia Evil Dead.
Man with the Screaming Brain #1 será lançado já em Maio e o filme será transmitido no Sci Fi Channel em Setembro.

Farinha

DC oferece Ex-Machina nº1

Capa Edição Especial nº1
Ex-Machina da Wildstorm, escrita por Brian K. Vaughan (Y: The Last Man, Runaways), e desenhada por Tony Harris (Starman), é uma série sobre um presidente da Câmara de Nova York, no pós 11 de Setembro, que já foi um super-herói. Mitchell Hundred é engenheiro civil e fã de comics desde a sua infância, até que um dia um estranho acidente lhe confere algumas habilidades especiais. Mitchell passa a conseguir comunicar com instrumentos electrónicos, além de desenhar, e construir, estranhos aparelhos que o vão tornar no primeiro super-herói de carne e osso de Nova York. Eventualmente Mitchell abandona o fato de super-herói, decide candidatar-se à presidência da Câmara e ganha com uma vantagem considerável. Esta série é uma excelente mistura de super-heróis, intriga política e do quotidiano de quem está à frente de uma cidade de 10 milhões de habitantes. Recomenda-se a quem não conhece.
Como seria de esperar Ex-Machina foi recentemente nomeada para vários Eisner Awards, nomeadamente os de: Best Single Issue (Ex Machina nº1, "The Pilot"), Best Serialized Story (Ex Machina nº2-5: "State of Emergency”), Best Continuing Series, Best New Series, Best Writer e Best Coloring. A DC aproveita a boleia dos Eisner Awards e vai oferecer uma edição especial do nº1 que deverá chegar às lojas americanas no dia 4 de Maio (é o meu aniversário será que me mandam um?).Quanto a nós, pobres leitores lusos, resta-nos passar pela Mongorhead para ver se alguns destes comics chegam até cá (apesar de tudo não é todos os dias que as editoras oferecem comics aos seus leitores…). Senão podem sempre ler a versão em pdf disponível no site da DC.

Ferrão

Super-Heróis no Blitz

O jornal de música Blitz une esforços com a Devir para o lançamento de uma colecção de clássicos da banda desenhada americana.
A colecção será composta por 5 livros, cada um deles focado numa personagem da BD americana. O primeiro livro sai já nos dias 3 e 10 de Maio com o Blitz, por apenas mais 9.90 euros. O escolhido é John Constantine - Hellblazer: Nas Ruas de Londres, uma antologia da personagem da Vertigo, em que são compiladas as seguintes histórias:
  • Going for It (Jamie Delano e John Ridgway) – Hellblazer # 3
  • Hold Me (Neil Gaiman e Dave McKean) – Hellblazer # 27
  • This is the Diary of Danny Drake (Garth Ennis e David Lloyd) – Hellblazer #56
  • And the Crownd Goes Wild (Garth Ennis e Peter Snejbjerg) – Hellblazer # 77
  • Locked (Warren Ellis e Frank Terran) – Hellblazer # 140
Nos meses seguintes sairão:
  • Junho - Batman: Ano Um - Uma nova edição, de luxo, com cerca de 40 páginas adicionais de material, sketches, textos de Mazzuchelli, etc
  • Julho - Quarteto Fantástico: Imaginautas - Compilação das revistas Fantastic Four #60 a #66
  • Agosto - Elektra: Dívida ao Diabo - Compilação das revistas Ultimate Elektra #1 a #5
  • Setembro - Homem-Aranha: Morte em família - Compilação das revistas Peter Parker: Spider-Man #44 a #47
Os livros continuarão a estar disponíveis depois desta promoção com o Blitz, mas a um preço ligeiramente mais alto (mais 1 ou 2 euros).

Farinha

O Dobro de Cinco

CapaAutor: Lourenço Mutarelli
Editora: Devir

Quando peguei neste livro não fazia a mínima ideia que Lourenço Mutarelli é dos maiores nomes da BD brasileira contemporânea e já foi várias vezes premiado. Mutarelli começou a sua carreira nos estúdios Maurício de Sousa e nos anos 80 começou a tentar publicar as suas próprias BDs. O reconhecimento do público, e da crítica, chegaria em 1991 com o álbum Transubstanciação que ganhou: o prémio de Melhor História, do I Bienal Internacional de Quadrinhos do Rio de Janeiro, o prémio Ângelo Agostini, da Associação de Quadrinhistas e Cartunistas, e o troféu HQ-MIX. O Dobro de Cinco, publicado em 1999, introduz a sua personagem mais famosa: o detective Diomedes, e é o início de uma trilogia, publicada pela Devir, que continua em O Rei do Ponto e a Soma de Tudo (editado em 2 partes).
Diomedes é um polícia reformado que trabalha como detective privado para pôr comida na mesa até ao fim do mês. Quando Hermes bate à sua porta com uma proposta aliciante Diomedes convence-se que a sua sorte está prestes a mudar. Hermes, o filho de um milionário do café, quer que Diomedes encontre o famoso mágico Enigmo. Enigmo era o maior de todos os ilusionistas e embora ninguém saiba porquê desapareceu, e ninguém se lembra dele até voltar a ouvir o seu nome. Na sua procura pelo mago Diomedes conhece muitas personagens estranhas, a maior parte num circo abandonado, e assustador, onde ainda vivem alguns artistas que continuam a actuar todos os dias. E o que inicialmente poderia ser só mais um trabalho vai se transformar numa busca pela verdade.
O Dobro de Cinco tem todos os ingredientes de uma história policial e no entanto é uma investigação extremamente atípica. Diomedes, um gorducho de aspecto asqueroso, é a antítese de detective que se deixa enganar pelas aparências, falha redondamente no seu trabalho de campo e nem consegue descobrir o que se passa na sua própria casa.
A narrativa está dividida em vários capítulos, dedicados a várias personagens, o que permite a Mutarelli desenvolver melhor cada uma delas sem se dispersar da trama principal. Graças à ironia, e aos desígnios, de Mutarelli o que poderia ser uma ode aos perdedores transforma-se numa obra extremamente original e com um sentido de humor aguçado.
Diomedes
Embora tenha gostado da história o que mais me marcou foi o traço pesado, e detalhado, de Mutarelli. Nesta BD a preto e branco não há uma pessoa bonita, não porque os desenhos sejam feios, mas porque Mutarelli transcreve as suas personagens para o papel como se fossem pequenos monstros. Não há respeito pelas regras anatómicas, os corpos são desproporcionais e nenhuma fisionomia é agradável à vista. Diomedes (em cima) parece um Humpty Dumpty saído de um filme de terror: obeso, com pés, e mãos, minúsculos e uma cabeça gigantesca parece predestinado ao desequilíbrio. Embora não pareça gostei muito dos desenhos de Mutarelli, só que foi necessário algum tempo até ultrapassar o choque inicial de ver personagens tão feias e sem nenhum traço de beleza. Pergunto-me que visão tem o autor dos humanos…
O Dobro de Cinco deixou-me com muita curiosidade de ler o resto da trilogia de Diomedes e de descobrir o resto da obra de Lourenço Mutarelli.

Ferrão

Lançado o BD Jornal nº1

Menos de um mês depois da apresentação e lançamento do nº0, na abertura do festival de BD de Beja, chega às bancas o nº1 do BD Jornal, o novo periódico mensal dedicado à divulgação da 9ª Arte.
Os leitores poderão contar com informação referente à publicação de banda desenhada e à divulgação de eventos relacionados com BD (festivais, exposições, feiras). Tal como aqui no Blog da Utopia, também se dedica algum espaço ao cinema de animação.
O BD Jornal pretende também ser um ponto de encontro de todos os autores e especialistas da área, podendo dar voz a autores que tenham material novo para divulgar. No jornal serão incluídos vários artigos diferentes, de escritores novos ou conceituados, que escrevam sobre BD nos vários média nacionais. Até se diz por aí que numa das próximas edições vamos poder ver um artigo do nosso conhecido Ferrão no BD Jornal.
Na primeira edição destacam-se a reportagem sobre o Festival de Angoulême 2005 da autoria de Geraldes Lino, uma reportagem sobre o falecido Will Eisner e artigos sobre os festivais de BD de Beja e Almodôvar. Já agora, dêem uma olhadela na "foto-reportagem" do Kuentro sobre o festival de BD de Beja, em três partes.
O BD Jornal custa 2 euros e tem 32 páginas, no mesmo formato do Blitz e do Jornal de Letras, com a primeira e a última página a cores. Nesta primeira fase está prevista uma tiragem de cerca de 5000 exemplares. Além disso não existe acordo com nenhuma distribuidora a nível nacional, dificultando a difusão do jornal. Consultem a lista de locais onde o BD Jornal já se encontra à venda. Mantenham-se atentos a actualizações à lista no Kuentro.

Farinha

Um Catálogo de Sonhos

CapaAutor: José Carlos Fernandes
Editora: Devir

Um Catálogo de Sonhos, originalmente publicado em 1996 pela Pedranocharco, foi recentemente reeditado pela Devir. Depois de Coração de Arame, As Aventuras de O Barão Wrangel e 4 volumes de A Pior Banda do Mundo, esta é mais uma obra do prolífico José Carlos Fernandes que vem enriquecer o catálogo da Devir.
Nesta aventura surrealista, bem ao género do autor, há um catálogo de sonhos que ameaça a estabilidade de um sistema totalitário, que funciona placidamente desde que os sonhos foram abolidos. Tudo começa bem ao jeito de O Processo de Kafka, dois indivíduos acordam Cláudio Remo na tranquilidade do seu quarto e perguntam-lhe por um catálogo de sonhos que este desconhece e afirmam que ele é o Dr. Slumber. Confuso, dirige-se até à entrada do seu quarto, onde vê que realmente há uma placa com o nome de Slumber. Quando os dois indivíduos sorumbáticos saem do quarto o verdadeiro Dr. Slumber aparece debaixo da cama, é então que ficamos a saber que Cláudio não passa de uma personagem de um sonho que foi retirado do catálogo de sonhos. Ainda mais confuso e revoltado, Cláudio desaparece com o catálogo de sonhos; o que o vai pôr na mira das forças da autoridade, e dos membros da Frente de Liberação Onírica e Patriótica, que vão fazer tudo o que estiver ao seu alcance para encontrarem o manuscrito que pode ser a chave da revolução.
Neste álbum que cheira a Kafka, e é um tributo a Little Nemo in Slumberland de Winsor McCay, já se vislumbra o talento de contador de histórias aos quadradinhos de José Carlos Fernandes. Já estão presentes ideias fantásticas que parecem quase fazer parte da nossa realidade e já se nota o sentido de humor irónico de José Carlos Fernandes. A história oscila entre o mundo dos sonhos, e o kafkiano, e vai evoluindo como se fosse de facto um sonho em que o leitor mergulha. Trata-se de uma obra muito bem planificada, mas penso que a narrativa tinha potencial para mais, dá a impressão que encurtaram a história para preencher algum requisito editorial (talvez em 1996 a Pedranocahrco não pudesse acarretar os custos de um livro maior?).
A arte a preto e branco assemelha-se à de A Pior Banda do Mundo. Gostei do modo como foram pensados os quadradinhos, são utilizados livremente vários tamanhos para servir os desenhos em questão, e em determinados momentos a ausência dos mesmos foi a melhor solução (gostei particularmente do salto no vazio de Cláudio em que não há quadradinho e o resto da página está em branco, assim como da sequência da queda de Slumber). Quem já conhece o traço de José Carlos Fernandes não vai estranhar os homenzinhos barrigudos de fato que asseguram a policiamento das ruas.
Um Catálogo de Sonhos é “uma metáfora sobre o poder subversivo dos sonhos e a ameaça que eles representam para os regimes totalitários” (Público 23/11/96), e embora fique aquém de A Pior Banda do Mundo é uma obra muito interessante, onde já se notam algumas das particularidades das BD de José Carlos Fernandes.

Ferrão

Alex Ross ajuda as vendas de Green Lantern

Capa de Alex RossA mini-série Green Lantern: Rebirth trouxe de volta o clássico Hal Jordan para o lugar de Kyle Rainer. Obviamente que estas mudanças são o pretexto ideal para a DC reiniciar a contagem da "nova" série mensal de Green Lantern (escrita por Geoff John e arte de Carlos Pacheco & Jesus Merino) e provavelmente aumentar as vendas. Além disso a DC anunciou que 50% das capas deste número 1 ficarão a cargo de Alex Ross. Mesmo sendo um golpe de marketing do mais básico que há, é inevitável, fico sempre maravilhado com as capas pintadas por Ross ...


Ferrão

Nomeações para os Prémios Eisner 2005

Eisner Awards LogoJá foram anunciados os nomeados para os "Eisner Awards 2005". A novidade na edição deste ano é a criação de uma nova categoria, a de "Best Digital Comic", para a qual foram nomeados 6 webcomics.

A lista de nomeados é liderada pelo argumentista Brian K. Vaughan com 7 nomeções, 5 das quais pela sua nova série da Wildstorm, "Ex Machina" e as outras duas por "Y: The Last Man" da Vertigo.
A seguir Vaughan de perto estão Kyle Baker e John Cassady ("Astonishing X-Men", "Planetary") com 5 nomeações cada.
Com 4 nomeações estão Eric Powell por "The Goon" e Stan Sakai por Usagi Yojimbo.
Vejam e comentem a lista completa dos nomeados.

A editora com mais nomeações é a DC e as suas imprints, arrecadando 22 nomeações. A Wildstorm conseguiu 7 nomeações com "Ex Machina" e "Planetary" enquanto que a Vertigo teve 11 nomeações com "Y the Last Man", "Fables", "WE3", e a graphic novel "It's a Bird". Em segundo lugar das editoras está a Dark Horse com 16 nomeações, seguida pela Image com 10 e a Fantagraphics com 8. Só depois vem a Marvel que com a ajuda de "Astonishing X-Men" conseguiu 5 nomeações.

Os reultados vão ser anunciados no dia 18 de Julho na Comic-Con de San Diego. A cerimónia será dedicada ao falecido Will Eisner e vai contar com vários tributos ao homem que deu o nome aos prémios.

Farinha

Eu sou o Dr. Strange. E vocês?

Feito por um fã e para fãs, descobri este pequeno quiz (através do fórum do CentralComics) que depois de 16 perguntas nos revela o super-herói da Marvel que mais se parece connosco. A mim calhou-me este:
Dr Strange
Realmente até simpatizo com o personagem, principalmente devido à sua ligação com as artes mágicas e feitiçaria.
No entanto é normalmente considerado como um personagem secundário e, com alguma pena minha, não tem um título próprio, aparecendo apenas esporadicamente nos títulos dedicados a outros heróis. Felizmente teve direito a uma mini-série de 6 números publicada sob a marca Marvel Knights e com argumento de J. Michael Straczynski e Sara Barnes e arte de Brandon Peterson e Justin Ponsor. Farei uma crítica a esta mini-série logo que possível. Para os mais impacientes, deixo aqui esta análise a "Dr. Strange #1".

Farinha

Batman volta ao cinema a 23 de Junho

Poster Internacional Poster

Apesar da adaptação, de bd para filme, mais falada do momento ser Sin City está próxima a estreia da nova super produção da DC. Depois de tantos filmes medíocres sobre super-heróis, tanto da parte da Marvel (Punisher), como da DC (Catwoman), Batman Begins parece que vem inverter esta tendência. Realizado por Christopher Nolan (Memento) o filme vai retratar a transformação de Bruce Wayne (Christian Bale) em Batman, o vigilante de Gotham.
Em criança, Bruce viu os seus pais milionários serem assassinados e desde então que se tornou obcecado com a vingança. Mais velho, Bruce viaja para o oriente para se aconselhar com Ra’s Al-Ghul (Ken Watanabe), o líder de uma organização de ninjas. Ao regressar à decadente Gotham City, Bruce descobre que a cidade é controlada por várias organizações criminosas. A descoberta de uma cave sob a sua mansão, a ajuda preciosa do seu fiel mordomo Alfred (Michael Caine), o protótipo de uma armadura e um desejo de vingança, vão levar Bruce a assumir a sua nova identidade e a transformar-se em Batman. Na altura Jim Gordon (Gary Oldman) é um polícia promissor e vai ajudar Batman a travar os planos de Don Falcone, da máfia de Gotham, e do estranho Dr Jonathan Crane, o Espantalho (Scarecrow). No filme participam também Liam Neeson, no papel de Henry Ducard, Morgan Freeman interpreta Lucius Fox e Katie Holmes é Rachel Dodson.
A estreia do filme está prevista para 23 de Junho em Portugal. Visitem o site oficial, ou a excelente versão em flash, para verem os trailers, um anúncio e a galeria de fotos, entre outras coisas. Será que finalmente vamos ter um Batman que não fique na sombra do filme de Tim Burton e Michael Keaton?

Poster Poster USA


Ferrão

Free Comic Book Day 2005

FCBD Logo

Já falta menos de um mês para a edição deste ano do Free Comic Book Day. Tal como o nome indica, no dia do evento são distribuídos comics de graça a toda a gente que visitar as lojas aderentes, como forma de celebrar a BD como forma de entretenimento.
Nesta sua quarta edição, o evento conta com a participação de todas as grandes editoras (Marvel, DC, Image, ...), bem como algumas editoras independentes e revistas.
Centenas de lojas um pouco por todo o mundo já aderiram e a participação no evento está aberta a todas as lojas que se mostrarem interessadas. Infelizmente a adesão por cá é muito escassa. O "localizador de lojas" que está disponível no site oficial diz-me que o único aderente em Portugal é o DUO ESTUDIO DE DESIGN, no Porto. No entanto, a BdMania disse no seu último boletim que também marcaria presença no evento, apesar de nesse mesmo boletim (enviado dia 1 de Abril) também ter sido dito que uma das notícias era uma partida.
O Free Comic Book Day será já no dia 7 de Maio e espero que até lá mais lojas portuguesas se juntem ao evento numa tentativa de cativar novos leitores. É que não há nada melhor para levar um português para dentro de uma loja de banda desenhada do que as expressões "de borla", "de graça" ou "grátis".

Farinha

9º Mercado do Livro Estrangeiro

Fiquei a saber através do CentralComics que o 9º Mercado do Livro Estrangeiro está aí a chegar. O evento começa já hoje e prolonga-se durante 3 dias no Fórum Telecom, nas Picoas, em Lisboa.
Esta iniciativa, organizada pela distribuidora Sodilivros, contará pela primeira vez este ano com a participação de editoras como a Bertrand ou a Bulhosa.
Entre os vários milhares de livros estrangeiros que ficarão disponíveis a preços a partir de um euro estará também à venda uma extensa biblioteca de edições de BD em língua original e com 30 anos de colecção, com preços a variar entre os 3,5 e 7,5 euros.

A entrada é livre e o horário de funcionamento é o seguinte:
6ª-feira – 8 de Abril – 13h-24h
Sábado – 9 de Abril – 10h-24h
Domingo – 10 de Abril – 10h-20h

Farinha

O Halo Casto

CapaArgumento: Rui Zink
Desenho: Luís Louro
Editora: Asa

Depois de A Arte Suprema (1997), com arte de António Jorge Gonçalves, Rui Zink voltou aos quadradinhos para contar a história de O Halo Casto (2000), desta vez acompanhado do experiente Luís Louro (Jim del Monaco, O Corvo). Como isto não pode ser só dizer bem de tudo o que é BD aviso-vos já que não gostei muito de O Halo Casto.
O Halo Casto é composto por 4 histórias, aparentemente distintas, que seguimos ao longo de 14 capítulos. A primeira não é bem BD pois consiste num diálogo e em alguns desenhos dos dois anjos que participam na conversa. Os dois anjos trocam os típicos arcos, e flechas, dos cúpidos por duas semiautomáticas e as restantes histórias parecem ser a consequência desta original troca de utensílios. A seguir a este pequeno prelúdio começa a “verdadeira” BD com uma história de adultério entre uma mulher casada e o melhor amigo do seu marido. Sinceramente achei que era uma história de adultério cheia de clichés e lugares comuns. Não faltam os inevitáveis “Não podemos continuar a ver-nos desta maneira” e a mulher está farta do marido e procura livrar-se dele, sem as inconveniências de uma separação, incitando o amante a ser o seu carrasco. A segunda história começa com duas amigas a assistirem a um concerto e a gabarem os atributos cantor. Uma delas gostaria de conhecer o cantor pessoalmente, e após a amiga lhe garantir que o cantor gostaria dela se a conhecesse, vai tomar medidas extremas para que se conheçam cara a cara. Por último temos a história de três adolescentes que deambulam pelas ruas à procura de uma oportunidade de jogar futebol, enquanto se insultam mutuamente, até que são recrutados para a tropa. A verborreia recheada de palavrões destes três jovens não traz realismo ao diálogo, suponho que fosse essa a intenção de Zink, é simplesmente ridícula. Outro detalhe que não me convenceu é a guerra que se vai instalando na cidade de Lisboa. As pessoas continuam na cidade como se nada fosse, em vez de fugirem continuam a discutir a vida amorosa no meio de tiroteios, e bombardeamentos.
As 4 histórias não têm nada em comum, tirando o facto de veicularem a ideia, velha como o mundo, que talvez haja uma responsabilidade divina para os nossos actos. Talvez por isso não funcionem muito bem juntas, e tivesse sido preferível os autores concentrarem-se numa história em concreto, em vez de contarem 3 histórias simples rapidamente só para servirem o devaneio teológico de Zink…
Se o argumento não me convenceu já não posso dizer o mesmo dos desenhos de Louro. Quem já conhece o traço flexível de Louro não vai ficar desiludido com O Halo Casto pois está lá tudo a que ele já nos habituou. Gosto muito da maneira como Louro desenha Lisboa mas neste cenário de guerra, cheio de detalhes deliciosos, fiquei ainda mais impressionado.
No fundo o argumento ingénuo, e já calejado de tanto uso, de Zink só se salva graças aos desenhos de Louro. Não quero com isto dizer que seja uma BD muito má, mas, na minha opinião, não passa de um álbum mediano…

Ferrão

A 1ª sala de leilões inteiramente dedicada à BD

Foi criada na Bélgica a primeira sala de leilões completamente dedicada à venda de BD. O site oficial da Banque Dessinée já está online e a primeira venda pública irá decorrer no dia 27 de Junho em Bruxelas. Segundo os fundadores do projecto esta era uma área que faltava explorar no mundo da BD:
Terra privilegiada da BD a Bélgica viu nascer alguns dos heróis mais populares do género: Tintin (Hergé), os Schtroumpfs (Peyo), Gaston (Franquin) ou Lucky Luke (Morris). Mas ao lado dos museus, exposições, obras, e eventos consagrados à BD, faltava uma sala de leilão exclusivamente reservada ao mundo da BD.
Este banco original proporciona aos vendedores uma avaliação gratuita dos lotes que quiserem vender, e a venda está organizada de forma a que os compradores possam levar os produtos para casa no mesmo dia. No inicio de Junho estará disponível no site o catálogo da primeira venda. Só é pena que Bruxelas seja tão longe, porque acho que podemos esperar sentados (ou deitados se preferirem) até que haja algo semelhante cá em terras lusitanas…

Ferrão