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José Carlos Fernandes invade o DN e a Antena 2

descriçãoTenho o prazer de anunciar duas excelentes notícias para quem é fã deste autor. Nos próximos dois meses o Diário de Notícias vai publicar diariamente, no suplemento “Férias”, a BD A Agência de Viagens Lemming, da autoria de José Carlos Fernandes (JCF). Guardem todos os suplementos que saírem, entre 1 de Julho e 31 de Agosto, para terem a história completa, pois as BD têm continuação.
Podemos também contar com a presença de JCF no programa matutino da Antena 2, das 08h às 10h, onde passarão “Ostras”. Estas “Ostras” são histórias curtas, da autoria de JCF, que passarão com banda sonora a acompanhar. Algumas delas fazem parte do projecto Blackbox Stories (BD com argumento de JCF e desenho de vários artistas, que por enquanto sai na revista do Colombo, estando previstas várias colectâneas da Devir) e podem aguçar o apetite a quem está à espera do resultado impresso.

Ferrão

Exposição de Luís Louro em Beja

De 27 de Junho, a 09 de Julho, vai estar patente na Bedeteca de Beja a exposição Contrastes de Luís Louro. Produzida pela Camâra Municipal da Amadora/Centro Nacional de Banda Desenhada e Imagem, esta exposição incluí várias pranchas originais de obras do autor luso como: Jim Del Monaco, Roques & Folque, O Corvo, Alice, Coração de Papel, Cogito Ego Sum e Halo Casto. Além disso, podem ainda contar com vários esboços e ilustrações, sendo algumas inéditas. O horário da exposição é o seguinte: 2ª das 18h às 24h, 3ª a 6ª das 12h às 24h e Sábado das 14h às 20h.

Os nossos leitores devem saber quem é, mas de qualquer maneira, deixo-vos uma pequena biografia de Luís Louro, da autoria da Bedeteca de Beja:
"Luís Louro nasceu em Lisboa, em 1965 e estudou na Escola de Artes Decorativas António Arroio. Começou a fazer banda desenhada em parceria com o argumentista António Simões em 1985, ano em que viram publicada a sua primeira história na revista Mundo de Aventuras. Foi no mesmo ano que surgiu o emblemático Jim Del Mónaco, no suplemento Tablóide do Diário Popular. No ano seguinte a dupla publicaria o primeiro álbum desta personagem, cujas aventuras se espraiaram por mais sete títulos, até 1994. Sensivelmente a meio deste percurso, entre 1989 e 1992, Louro e Simões publicariam ainda três títulos da série Roques & Folque, até que Louro passou a escrever os seus próprios argumentos. Ao primeiro álbum a solo, O Corvo (1994), seguiram-se Alice (1995), O Síndroma de Babel, em parceria com vários autores (1996), Entroncamento de BD´s, também em parceria com vários autores (1996), Coração de Papel (1997), Cogito Ego Sum (2000), Halo Casto, com Rui Zink (2000), Cogito Ego Sum 2 (2001), Eden 2.0, com João Miguel Lameiras e João Ramalho Santos (2002) e O Regresso do Corvo (2003).
Ao longo da sua trajectória Luís Louro colaborou com vários fanzines, revistas e jornais, fez cartazes e capas de CD, e tem desenvolvido vários projectos na área da ilustração."

Ferrão

Smoke nº1

CapaArgumento: Alex de Campi
Desenho: Igor Kordey
Editora: IDW Publishing

Este novo comic da IDW escrito pela novata Alex de Campi, e desenhado por Igor Kordey (X-Men), foi a minha boa surpresa do mês. O que me chamou a atenção, além das boas críticas que recebeu, foi a capa, que não sendo particularmente elucidativa quanto ao conteúdo é sem dúvida muito original. Além disso, não tem as 22 páginas da praxe, mas sim 48, e até tem direito a lombada (fica mais giro nas prateleiras).
É uma boa história, situada em Londres num futuro não muito longínquo, onde ocorre uma trama política, e financeira, movida pelo infame líquido negro que move a economia dos nossos dias. No meio da intriga política encaixa um ex agente britânico, albino, que vive na parte relegada da cidade onde vivem todos os excêntricos, e criminosos, e onde a lei britânica não se aplica. Este curioso personagem, além de ser um assassino contratado pelo governo, vai ainda investigar a morte do seu antigo comandante. Para ajudar à festa anda a solta a "Right to Beauty Brigade", um grupo de terrorstas obesos que exigem que lhes paguem operações de liposucção... De Campi consegue interligar todas as histórias de forma hábil e criar situações bastante cómicas. Além disso, o humor mordaz de De Campi é o ingrediente principal da crítica social presente nas páginas de Smoke.
O desenho de Kordey é eficaz e consegue dar vida a uma Londres situada algures entre Transmetropolitan e V for Vendetta. Gostei especialmente da atenção dada aos promenores (veja-se a cena com o Rei William cocaínado e as suas meninas...) e aos rostos das personagens. Desconhecia este artista mas gostei muito dos desenhos realistas.
Foi a primeira vez que li algo publicado pela IDW e gostei muito. Espero ansiosamente pelo número 2.

Ferrão

The Goon: My Murderous Childhood

CapaAutor: Eric Powell
Editora: Dark Horse

Foi através da Avatar que em 1999 Eric Powell publicou o primeiro número, da então desconhecida série, The Goon. Esta colaboração durou apenas 3 números e só em 2002 é que iria surgir mais material com o Goon na capa, esta segunda série foi publicada pelo próprio autor sob a insígnia de Albatross Exploding Funny Books. Graças ao sucesso que a série começou a ter, após 4 números Powell decidiu mudar-se para a Dark Horse em 2003. Desde então já saíram 12 números desta 3ª série de The Goon e o reconhecimento do público, e da crítica, tem sido notório. Em 2003 a série ganhou o International Horror Guild Award para melhor narrativa ilustrada. No ano seguinte, em 2004, The Goon foi nomeado para 4 Eisner Awards e arrecadou o de Best Single Issue, este ano está nomeado para mais 4 Eisner: Best Single Issue (or One-Shot), Best Continuing Séries, Best Humor Publication e Best Writer/Artist—Humor.
O conceito por trás de Goon é incrivelmente divertido e original. Como o nome indica Goon é um criminoso violento que resolve os seus problemas recorrendo à força bruta, e neste volume ficamos a conhecer o seu passado e como criou a sua reputação desde pequeno. Em princípio, sendo um criminoso, seria de esperar que não fosse muito popular entre os habitantes da cidade mas não é isso que se verifica. Isto porque Goon é o único que impede os planos do Zombie Priest de se apoderar da cidade com o seu exército de zombies. A acção passa-se numa cidade americana, algures na altura da grande depressão, onde Goon (saído directamente de um filme de gangsters dos anos 50) passa a vida a salvar os pobres habitantes de zombies, cientistas loucos, gémeos deformados, vagabundos canibais, monstros marinhos, orangotangos que entram em combustão espontânea e outras personagens que tais. Apesar de tudo Goon é uma boa pessoa e é sempre acompanhado pelo seu fiel amigo Franky, um baixote de olhos vazios, sem papas na língua, que traz bastante humor a esta série já por si cómica. É aí que reside a magia de The Goon, é uma série incrivelmente cómica, mesmo tratando de todo o tipo de atrocidades possíveis, e imagináveis, deixa-nos sempre com um sorriso. Por exemplo, na segunda história o vilão é um cientista que só quer melhorar a vida das pessoas e o herói é Goon, um bandido… Seja durante um espancamento, numa simples conversa de bar com Spider (que é literalmente uma aranha gigante) ou a salvar uma velhota obstinada, que faz as compras nas horas em que os monstros saem à rua, há sempre algo que não estamos à espera que acontece e que nos faz rir. Pode também ser algo de incrivelmente absurdo, e sádico, como, uma família americana típica que compra um deficiente mental, o seu novo animal de estimação, e quando este está a desenhar com fezes nas paredes aparecem o Goon, e Franky, para o cortar aos bocados. Mas o humor de Powell estende-se às páginas que não são dedicadas à BD, ele inventa uma quantidade de anúncios falsos, e sequências fotográficas, hilariantes (adorei o “Júnior Goon Kit” que incluí: veneno, uma faca, uma boina, um tubo de ferro…). De todas as histórias a que mais gostei é a que retrata o primeiro encontro de Franky e Goon, e é apresentada em páginas amarelecidas.
Parte da magia de The Goon reside na combinação perfeita entre o estilo visual único de Eric Powell e as suas histórias rocambolescas. O que captou a minha atenção em primeiro foram as magníficas capas pintadas por Powell, são uma alegria para o olho quer a nível da composição, das cores soberbas e do traço detalhado. Depois abrimos o livro e deparamo-nos com um artista que brinca com vários estilos (a sequência com o deficiente parece saída dos Archie Comics) e é bem sucedido em todos. Além dos excelentes desenhos, e das cores vivas, que enchem o olho do leitor, Powell tem um sentido de planificação das vinhetas exemplar, principalmente nas sequências de mais acção, que torna esta BD irresistível.
The Goon é das coisas mais inovadoras, e divertidas, que li ultimamente. O conceito muito original, o sentido de humor invulgar e a arte magnífica fazem com esta BD esteja entre os melhores títulos a serem publicados nos USA neste momento. E, embora este seja o segundo TPB (existem ainda o 0, 1 e 3), é um bom ponto de partida para quem quer conhecer a série pois reúne os 4 primeiros números publicados pela Dark Horse.

Ferrão

BD com o Correio da Manhã, ao domigo

No dia 26 deste mês o Correio da Manhã vai dar início à BD Série Ouro que vai juntar 20 grandes personagens de banda desenhada numa bela colecção. A produção está a cargo da Devir e poderemos contar com livros em formato paperback com 208 páginas. Apesar de grande parte dos livros serem comics a variedade é muita e dificilmente haverá alguém que não goste de nenhum dos livros.
O primeiro livro será dedicado ao Capitão América e estará à venda juntamente com o Correio da Manhã já no próximo domingo, dia 26, por apenas 1€. Os restantes livros serão lançados semanalmente por 6.40€ cada. A lista completa e as respectivas datas de lançamento são as seguintes:

1 - 26 Junho - Capitão América
2 - 3 Julho - Batman
3 - 10 Julho - Quarteto Fantástico
4 - 17 Julho - Mónica 17
5 - 24 Julho - Elektra
6 - 31 Julho - Star Wars
7 - 7 Agosto - Wolverine
8 - 14 Agosto - Tex Willer
9 - 21 Agosto - Homem-Aranha
10 - 28 Agosto - Ric Hochet
11 - 4 Setembro - Surfista Prateado
12 - 11 Setembro - Spirou
13 - 18 Setembro - Super-Homem
14 - 25 Setembro - Garfield
15 - 2 Outubro - Michel Vaillant
16 - 9 Outubro - Gaston
17 - 16 Outubro - X-Men
18 - 23 Outubro - Jose Carlos Fernandes
19 - 30 Outubro - Taniguchi
20 - 6 Novembro - Hulk

Farinha

Harvey Awards 2005

A edição de 2005 dos Harvey Awards teve lugar durante o festival da MoCCA (Museum of Comic and Cartoon Art) em Nova Iorque, no passado dia 11. Entre os vencedores quero destacar Jeff Smith que arrecadou dois prémios graças a Bone, uma BD fantástica que está entre as minhas favoritas. "The New Frontier", "The Complete Peanuts" e "The Escapist" também conseguiram dois prémios. A lista completa dos vencedores é a seguinte:

Best New Talent - Andy Runton / Owly / Top Shelf
Best New Series - Michael Chabon Presents: The Amazing Adventures of the Escapist / Dark Horse Comics
Best Letterer - Todd Klein / Wonder Woman / DC Comics
Best Writer - Daniel Clowes / Eightball / Fantagraphics Books
Best Artist - Darwyn Cooke / DC: The New Frontier / DC Comics
Best Cartoonist - Jeff Smith / Bone / Cartoon Books
Best Cover Artist - James Jean / Fables / DC Comics/Vertigo
Best Single Issue or Story - Eightball #23 / Fantagraphics Books
Best Domestic Reprint Project - The Complete Peanuts 1950-52 / Fantagraphics Books
Best Continuing / Limited Series - The New Frontier / DC Comics
Best Inker - Charles Burns / Black Hole / Fantagraphics Books
Best Colorist - Dave Stewart / DC: The New Frontier / DC Comics
Best Graphic Album of Previously Published Work - Bone: One Volume Edition / Cartoon Books / Jeff Smith
Special Award for Humor in Comics - Kyle Baker / Plastic Man / DC Comics
Best Anthology (empate) - Michael Chabon Presents: The Amazing Adventure of the Escapist / Dark Horse Comics / Diana Schutz, Editor e McSweeney’s Quarterly Concern #13 / McSweeney’s Books / Chris Ware, Editor
Best Graphic Album of Original Work - Blacksad 2 / ibooks/Komikwerks / Juajono Guardino, Juan Diaz Canales
Best Syndicated Strip or Panel - Mutts / Patrick McDonald / King Features Syndicate
Special Award for Excellence in Presentation - The Complete Peanuts 1950-52 / Fantagraphics Books
Best American Edition of Foreign Material - Buddha / Vertical Inc.
Best Biographical, Historical, or Journalistic Presentation - Comic Book Artist / Top Shelf / Jon B. Cooke, Editor

E já no próximo dia 18 vai realizar-se a entrega dos Eisner Awards. A lista de vencedores será colocada aqui. Entretanto aproveitem para ver a lista completa de nomeados.

Farinha

EDIT: A entrega dos Eisner é só em Julho... Já queria adiantá-los um mês.

Sin City - O Filme

PosterFinalmente fui ver o filme que aguardava com mais expectativas para este ano cinematográfico. Os comics de Frank Miller introduziram-me ao mundo da BD mais alternativa e com uma temática mais adulta. Foi graças a Sin City que descobri que a BD não era só homens em collants e gauleses doidos.
Aposto que os nossos cinco leitores habituais já sabem qual é a premissa do filme, mas de qualquer maneira, basta saber que se trata de uma cidade impiedosa, sem lei e onde os problemas são resolvidos à lei da bala. As obras que Miller, e Rodriguez, trouxeram para o grande ecrã neste primeiro filme foram: Sin City (agora com a apelidação Hard Good Bye a servir de apêndice), The Big Fat Kill e That Yellow Bastard (tudo disponível em edição portuguesa da Devir).
A pequena introdução, adaptação de The Customer is Always Right (de The Babe Wore Red and Other Stories), leva-nos de imediato para o ambiente negro de Sin City e permite-nos ter uma panorâmica da cidade. E depois, depois é como se os comics ganhassem vida e desfilassem à frente dos olhos do espectador, e isto só é possível devido ao cuidado que foi dado a todos os pormenores.
Visualmente irrepreensível, com uma banda sonora muito boa, este filme está espantoso. O ambiente a preto e branco, os jogos de sombras, os salpicos de cor (acrescentar vermelho à cena inicial com Marv e Goldie foi um toque de génio) e os planos saídos directamente dos quadradinhos dos comics fazem deste filme a melhor adaptação de BD feita até hoje. Está lá tudo: as estradas e os bólides gigantescos, as mulheres assassinas e extremamente sensuais, as paredes de tijolo, os homens impiedosos e violência exacerbada a que Miller nos habituou. Adorei também as pequenas sequências que pareciam desenhos animados, em que só se viam os vultos das personagens imersos num mar de negro, isto resultou particularmente bem na cena final de That Yellow Bastard. Mas não é apenas uma excelente adaptação, é um dos melhores filmes dos últimos tempos.
As histórias são as de Miller sem tirar nem pôr (bom, tiraram alguns detalhes senão não cabia tudo), e estão perfeitamente interligadas, com detalhes deliciosos para o espectador atento, bem ao estilo de Pulp Fiction.
O elenco está mais do que fiel às personagens criadas por Miller, Mickey Rourke não está só a representar, ele é de facto Marv, o brutamontes alucinado preferido de todos os leitores, com a presença física que seria de esperar e com o humor negro psicótico que o caracteriza (quem mais iria esfregar a cara de alguém no asfalto, enquanto conduz, e diria: “I don´t know about you, but I’m Having a ball”). Bruce Willis está perfeito para o papel de polícia correcto à beira da reforma, e Clive Owen acentua o charme, e humor sarcástico, que Dwight tinha nos comics. No entanto, acho duvidosa a escolha de Elijah Wood para o papel de Kevin e falta mais qualquer coisa a Jessica Alba para fazer jus à personagem de Nancy.
Realizado com mestria, e muita imaginação, Sin City é um filme arrojado que homenageia e reinventa os filmes noir. O trabalho fotográfico é de facto o que mais se destaca e o que mais contribui para nos fazer crer que estamos de facto nas ruas do pecado, mas não podemos esquecer que tudo já estava projectado por Miller, desde a violência estilizada aos pensos de Marv. Resta-nos agora esperar ansiosamente pelo segundo e terceiro filme, já que este foi uma experiência vertiginosa.

Ferrão

3º Troféus Central Comics

No passado dia 4 realizou-se na Fnac de Santa Catarina (Porto) a 3ª edição dos Troféus Central Comics, os únicos prémios nacionais de BD em que os vencedores são escolhidos pelos leitores.

A grande vencedora foi, sem grande surpresa, a editora Devir que arrecadou 7 dos 11 troféus, entre eles o de Melhor Editora, mostrando assim que é a editora portuguesa mais popular entre os visitantes do CC. A ajudar a Devir esteve José Carlos Fernandes que conquistou os troféus de Melhor Desenho Nacional, Melhor Argumento Nacional e Melhor Álbum Nacional com a sua obra prima "Pior Banda do Mundo 4: A Grande Enciclopédia do Conhecimento Obsoleto", afirmando-se cada vez mais como um dos melhores autores de BD português. A Devir ganhou ainda os troféus de Melhor Edição de Bancas ("Homem-Aranha"), Melhor Argumento Estrangeiro ("Sandman 1: Prelúdios" de Neil Gaiman) e Melhor Álbum Estrangeiro ("Sin City 2: Mulher Fatal"). Fora da Devir, "Superfuzz 1: Vai Sonhando Paiva… Vai Sonhando…" foi considerado o Melhor Álbum de Tira ou Prancha Cómica/Cartoon/Caricatura Nacional, "Quinoterapia" venceu o troféu de Melhor Álbum de Tira ou Prancha Cómica/Cartoon/Caricatura Estrangeiro e "Sobre BD" foi considerada a Melhor Edição de Investigação/Especializada. O prémio de Melhor Desenho Estrangeiro foi para "Kingdom Come 4: Batalha Sem Fim" de Alex Ross, editado pela VitaminaBD.
O Prémio Especial do Júri foi atribuído a Eduardo Teixeira Coelho, um dos autores portugueses de BD mais conhecidos no plano internacional, falecido no dia 31 de Maio.
A meio da cerimónia foi projectada, em estreia mundial, a curta metragem do brasileiro J. Audaci Júnior, "O Gosto de Ferrugem", inspirada na banda desenhada de José Carlos Fernandes, "Todo o Sal do Mar".
Parabéns ao Central Comics por esta iniciativa e esperemos que para o ano haja mais prémios! Até lá fiquem com os resultados finais das votações.

Farinha

Anunciada longa metragem dos Simpsons

no Omelete:

SimpsonsEm conversa com a Radio 1, da BBC, Nancy Cartwright (a voz de Bart, entre outras personagens de Springfield) anunciou que, após a equipa criativa ter lido o guião do filme, decidiram entrar em fase de produção. No entanto, não vale a pena irem já fazer fila para as bilheteiras dos cinemas porque a produção do filme ainda vai demorar pelo menos dois anos. Cartwright acrescentou ainda que não sabe qual vai ser o título do filme, mas acha que vai ser bom e que os fãs vão gostar. Esperemos que sim, e que seja melhor que a 16ª série que está neste momento a ser exibida nos Estados Unidos.


Capa
No que diz respeito a BD, foi publicado pela Bongo Comics o Simpsons Super Spectacular nº1, o primeiro de uma série semestral onde poderemos acompanhar os Simpsons no papel de super-heróis. Podem contar com as aventuras de Pieman (Homer), Bartman e Houseboy (Bart e Milhouse). Há ainda espaço para 3 histórias de Radioactive Man (incluindo uma nova versão da sua origem) contadas ao estilo de Steve Dikto.


Ferrão

Na Conversa com José Carlos Fernandes na 75ª Feira do Livro de Lisboa

Desenho de José Carlos Fernandes
No meu inconsciente, Feira do Livro já é sinónimo de sessão de autógrafos de José Carlos Fernandes. Há 3 anos consecutivos que ao chegar à banca da Devir vejo o José Carlos Fernandes (JCF), e o seu inseparável boné, sentado a uma mesa com todo o material de desenho necessário para me tornar num viciado em BD muito feliz. Os 2 primeiros encontros foram fruto do acaso, mas este ano como não quis que a sorte me pregasse uma rasteira, dirigi-me ao Parque Eduardo VII já a saber que na banca da Devir estaria lá o bem disposto, e genial, autor de boné.
Como já vem sendo hábito a Devir planeou a publicação de um livro de JCF para a altura da Feira do Livro de Lisboa, este ano foi a vez do bizarro: A última obra-prima de Aaron Slobodj. Ainda não me posso pronunciar sobre o conteúdo (sei que é sobre um dos mais brilhante artistas do século XX que se dedicava a destruir as suas obras) mas o formato é muito original. Trata-se de um álbum com o formato tradicional da Devir mas com argolas (tipo caderno), tem uma introdução e mais um anexo no final quase só com texto, mas o corpo central da obra é composto por páginas literalmente cortadas ao meio em que a parte de cima são desenhos e a metade de baixo é texto. À conversa com o autor pude descobrir que esta história já estava pensada há 7 anos e que até no momento de se imprimir a edição espanhola JCF continuou a ter ideias para acrescentar à narrativa. Quanto ao estranho formato do álbum, JCF disse que a ideia surgiu quando viu um catálogo de papel e achou que o formato se adequava à história. Pude também saber que o nome da personagem principal vem de uma personagem recôndita de um filme dos finais dos anos 60.
No decorrer da sessão de autógrafos/conversa JCF avançou que há planos para reunir em álbum as histórias que têm estado a sair na revista C (revista do Centro Comercial Colombo). São histórias com argumento de JCF mas desenhadas por vários artistas, as primeiras foram ilustradas por Miguel Rocha mas também irão ser publicados alguns desenhadores menos conhecidos. Este projecto chama-se Black Box Stories e o primeiro volume deverá sair em 2006. Como se isto não fosse já uma óptima notícia o autor acrescentou que em princípio esta série tem material para serem editados 5 ou 6 volumes.
Em relação à Pior Banda do Mundo pude saber que JCF se encontra neste momento a escrever os argumentos dos volumes 7,8 e 9 (excelente noticia!), e o 5º volume da série será publicado lá mais para o fim do ano (devem aproveitar a boleia do FIBDA). Quanto a uma incursão pelo mercado franco-belga o autor mostrou-se mais reservado pois não quer entrar de cabeça num mercado tão competitivo, referiu que em Espanha é diferente pois tem o apoio da Devir. Pelo que percebi é algo a considerar, mas com uma preparação cuidadosa, para o lançamento da série não passar despercebido no meio de todas as novidades que por lá saem.
A conversa acabou com o estado da BD em Portugal, em como é um meio tão incompreendido entre nós e como disse o autor até quem às vezes quer defender a BD ainda faz pior: “Eu gosto de ler BD para me distrair, etc...”; não pude deixar de rir quando JCF sugeriu que essas pessoas dessem Jimmy Corrigan aos filhos só para ver se eles não iam ficar deprimidos. Além disso, JCF vai às escolas da sua zona falar sobre BD e estava escandalizado (e eu com ele) por em duas turmas do 9º ano ninguém ler BD, nem sequer mangas…
Assim se passou mais uma agradável sessão de autógrafos de JCF (que não foi avisado que eu ia escrever sobre o nosso encontro para o blog), e ainda por cima, trouxe para casa mais dois livros autografados pelo melhor autor português de BD.

Desenho de José Carlos Fernandes



Ferrão

Independentes na Bedeteca de Beja

Entre os dias 2 e 4 de Junho terá lugar, na Casa da Cultura de Beja, a VII Bejalternativa. Trata-se de uma feira alternativa onde poderão contar com: concertos (Terrakota e Primitive Reason entre outros), debates, animação de rua, tatuagens e piercings, uma feira do disco, actividades radicais e uma exposição de BD alternativa.
A exposição de BD alternativa terá lugar na Bedeteca de Beja (situada na Casa da Cultura), pode ser visitada das 07h às 03h, e conta com a presença de 6 autores de BD: André Lemos, Carlos Apolo, Estrompa, Lam, Marcos Farrajota e Pepedelrey. Além disso, dia 02 terá lugar o debate "Independentes na Bedeteca - Outros caminhos para a BD portuguesa" com a presença de vários autores. Poderão também visitar a feira do livro da BD Alternativa.

Ferrão