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Primeiras Impressões: Testament #1 e X-Factor #1

Testament #1Testament #1
Editora: DC/Vertigo
Argumento: Douglas Rushkoff
Desenho: Liam Sharp

Se bem me lembro o Ferrão falou-me dos novos lançamentos da Vertigo (entre os quais este Testament) dizendo que eram promissores. Mas como a minha memória não dá para tudo, peguei neste Testament #1 sem saber muito bem o que me esperava.
Ao que parece, Douglas Rushkoff interessa-se bastante com assuntos relacionados com a Bíblia, nomeadamente com a divulgação do que realmente está lá escrito (ou da sua interpretação do que está escrito), em contraste com o que nos é dado a conhecer pelos meios habituais. Porque esta é uma questão delicada, Rushkoff decidiu contá-la através de banda desenhada.
Em "Testament" existem 3 histórias diferentes. A principal, num futuro não muito distante, sobre um jovem que se revolta contra um governo fascista ocorre paralelamente às refências bíblicas do passado distante. A terceira história refere-se aos deuses, intemporais, que tentam manipular o desenrolar dos acontecimentos. A ideia é mostrar que o que se conta na Bíblia é uma história que se vai repetindo ao longo dos séculos.
De uma forma geral gostei deste primeiro número, onde são apresentadas as personagens e o enredo principal. O paralelismo com a história de Abraão e do sacríficio do seu filho está bem conseguido e a história principal consegue ser bastante credível. Os desenhos não são maus, mas não me encheram as medidas (excepto a capa, que está espectacular).
A primeira impressão foi boa. Fico à espera do próximo número.

X-Factor #1X-Factor #1
Editora: Marvel
Argumento: Peter David
Desenho: Ryan Sook

O meu contacto com os títulos X tem sido muito reduzido nos últimos tempos. Não sei porquê mas a ideia de ver um grupo de mutantes com roupas justas a salvar o planeta revista após revista deixou de me cativar. Mas para variar um pouco, e porque este X-Factor #1 tem dado origem a muitas opiniões positivas, decidi dar uma vista de olhos. E devo dizer que o que vi agradou-me bastante.
A equipa X-Factor (da qual eu já não ouvia dizer nada deste o tempo das BDs em formato pequeno da Abril) tornou-se num grupo de detectives liderado por Jamie Madrox (Multiple Man) e do qual fazem ainda parte Guido (Strong Guy), Siryn, M, Rahne (Wolfsbane) e Rictor. Neste número, Madrox envia um dos seus "clones" ao cimo de um prédio para evitar que Rictor se suicide por ter perdido os seus poderes (como resultado do que se passou em House of M). Ao mesmo tempo, Siryn e Guido estão a levar a cabo uma investigação que acaba por se tornar mais violenta do que eles esperavam.
O que mais gostei neste primeiro número foi, sem dúvida nenhuma, o final surpreendente. O resto foi bastante satisfatório, uma narrativa fluida e com um bocadinho de humor aqui e ali, mas não estava nada à espera do que aconteceu naquelas duas últimas páginas, e essa é uma das coisas que eu gosto de ver num comic. Deixou-me realmente intrigado e com vontade de descobrir o que é que Peter David vai fazer a seguir. Visualmente devo dizer que não gostei muito do estilo de Ryan Sook, mas também não me senti especialmente incomodado.
Em geral gostei bastante deste número. Parece que fiz uma boa escolha no meu regresso ao mundo dos mutantes.

Capas #3: Bone Holiday Special

Bone Holiday Special
Desenho: Jeff Smith
Editora: Cartoon Books
Ano de publicação: 1993
Sinopse: Os três primos Bone, Fone Bone, Phoney Bone e Smiley Bone, são expulsos da cidade onde viviam, Boneville. Na sua viagem em busca de outro sítio para viverem deparam-se com um "enxame" de gafanhotos e acabam por se separar, ficando perdidos num vasto deserto desconhecido. Um a um, eles chegam a um vale repleto de criaturas fantásticas.
Não sei o que acontece nesta revista em especial, mas Bone é uma das minhas BDs favoritas e gostei bastante da capa. Além disso, parece-me adequada à altura do ano.

Feliz Natal!

The Walking Dead Vol.1: Days Gone Bye

capaArgumento: Robert Kirkman
Desenho: Tony Moore
Editora: Image


Nunca fui um grande adepto de filmes de zombies/gore, e portanto, quando ouvi falar de uma BD sobre mortos vivos não pensei que fosse algo que me agradasse. Depois de ler vários comentários de fãs entusiastas, e excelentes críticas, decidi descobrir o porquê de tanto alarido à volta de um comic sobre pessoas em decomposição. E sinceramente estou arrependido por ter demorado tanto tempo a pegar neste TPB… The Walking Dead não é sobre mortos que voltam para atormentar os vivos, é sobre sobrevivência num mundo pós apocalíptico.
O ponto de partida da história não é muito original mas funciona. Rick é polícia numa pequena aldeia americana e quando é baleado durante um tiroteio fica em coma. Quando recupera os sentidos descobre que algo de muito estranho aconteceu. O hospital, instituição que não pára em nenhuma altura do ano, está completamente vazio, à excepção do refeitório que está cheio de zombies. Os poucos sobreviventes que Rick encontra informam-no que inexplicavelmente os zombies tomaram conta do país face a um governo incapaz de lidar com a situação. Já não há meios de comunicação em funcionamento e portanto ninguém sabe qual é a situação actual, a única pista que dão Rick é que o governo aconselhou as pessoas a irem para as grandes cidades. Rick decide então ir até Atlanta procurar a esposa e o filho. E é em Atlanta que Rick se junta a um pequeno grupo de pessoas que chegaram tarde à cidade, e só por isso é que conseguiram sobreviver. A pequena comunidade sobrevive como pode enquanto esperam que venha alguém para os ajudar…
The Walking Dead fez-me pensar noutro comic em publicação neste momento: Y The Last Man (YTLM). Tal como em YTLM um acontecimento incompreensível, e inexplicável, vem abalar as fundações do nosso estilo de vida consumista, o sistema entra em falência e todas as infra estruturas que nos facilitam a vida deixam de funcionar. É por isso que Kirkman apresenta o que deve ser a história de zombies mais inteligente de sempre, pois em vez de focar a ameaça em si, interessa-se no impacto que os zombies têm nas personagens e no seu relacionamento.
É claro que existem momentos assustadores, apesar de tudo os Estados Unidos foram invadidos por zombies… Nunca saltei de medo durante a leitura mas há cenas muito perturbadoras, e outras que chegam a ser repulsivas (há um momento em que Rick se besunta de carne de zombie…). Tudo isto tem um grande impacto graças aos excelentes desenhos a preto e branco de Tony Moore. O traço de Moore é muito detalhado (vejam-se as larvas nos corpos dos zombies) e as várias tonalidades de cinzento utilizadas quase que dão a ideia de terem sido aplicadas cores. Além disso, o ritmo narrativo está muito conseguido, fazendo com que as situações mais chocantes estejam quase sempre ao virar da página, para que o leitor não suspeite de nada.
Às vezes os primeiros números de uma série ficam aquém do que vem mais para à frente na história. Se for esse o caso de The Walking Dead os próximos TPB devem ser brilhantes, pois este primeiro volume é muito bom. Aconselho principalmente a quem, como eu, gosta de Y The Last Man e não gosta de histórias de zombies…

JCF com o Clube dos Super-Heróis, em Coimbra

O Kuentro anuncia que no dia 5 de Janeiro de 2006, pelas 18h30m, vai decorrer uma conferência do "Clube dos Super-Heróis", com a presença de João Miguel Lameiras. Será apresentado o quinto volume da "Pior Banda do Mundo" - "O Depósito de Refugos Postais" - e o projecto "Black Box Stories", numa sessão que deverá ser semelhante à que decorreu no passado dia 10 na livraria Almedina, e na qual estivémos presentes. O autor, José Carlos Fernandes (JCF) estará presente para falar sobre o projecto e para a sessão de autógrafos.

Violência pode ser, Nudez é que NÃO!

Conan #24Tanta coisa por causa da capa de um comic...

A partir de Janeiro, Tony Harris (Ex Machina) vai passar a ser o responsável pelas capas de Conan. Numa das suas primeiras versões, a capa de Conan #24 apresentava uma moça em trajes menores... que é como quem diz, sem trajes nenhuns. Sabendo que esta imagem não poderia ser a definitiva, o editor resolveu colocá-la apenas como teaser para o Conan #24 (nas costas de Conan and the Demons of Khitai #3), como forma de anunciar o novo artista para as capas. A capa final tem a dita moça coberta por umas peças de lingerie (ao lado).
O resultado foram inúmeras reclamações apresentadas pelos vendedores à Dark Horse por não os ter avisado que uma revista orientada para adultos tinha uma imagem daquelas nas costas. Isto tudo porque a indústria anda alerta depois de um vendedor ter sido preso por permitir que um comic com conteúdos obscenos chegasse às mãos de um menor.

Para responder a isto a Dark Horse vai editar uma nova versão de Conan and the Demons of Khitai #3, desta vez com a versão soft da capa de Conan #24 nas costas. Além disso vai ser lançada uma edição de 4000 exemplares de Conan #24 com a versão original da capa.

É de salientar que, apesar da nudez ter levantado problemas, a história de Demons of Khitai #3 tem imagens de, e passo a citar:
"Conan slicing a humanoid creature in half (first page); a woman stabbing another humanoid creature in the eyes, and the aftermath; a morningstar to the head; decapitation of a humanoid creature; a deep torso cut; decapitation of a tiger; evisceration of another tiger; a stabbing wound to an elephant meant to kill; a decapitated human head; a sword being thrust through the chest of a woman from behind; another view of the decapitated human; and another of the same; and warriors smearing the blood of their fallen enemies on their faces."
No entanto, ninguém se queixou da violência...

Sin City 2, Watchmen, V for Vendetta, X-Men 3

Um pouco ao estilo do Comic Book Resources vou tentar iniciar uma série de posts regulares com as notícias mais importantes no que toca ao cinema, relacionado com BD, está claro. Tudo isto para evitar uma data de posts minúsculos (ou acabar por não os fazer por isso mesmo) e mesmo assim ir dando uma ideia do que se vai passando. Idealmente estes posts deveriam ser semanais, mas não prometo nada.

Sin City 2
Em entrevista ao Omelete, Frank Miller revelou que está a acabar de escrever o argumento para Sin City 2 e que se o deixarem fazer como quer existirão cinco filmes, abrangendo todas as graphic novels. Frank Miller vai mais longe e diz que pretende escrever mais histórias da cidade do pecado, estando na calha uma sobre Nancy Callahan.
As filmagens devem começar em Janeiro e já estão confirmadas as personagens Marv, Dwight, Gail, Miho e as gémeas Goldie e Wendy. A estreia está marcada para 18 de Agosto de 2006 nos Estados Unidos.

Watchmen
Será que é desta? Depois da Paramount ter cancelado a produção em Junho, a adaptação da obra de Alan Moore passou para as mãos da Warner Bros. Aparentemente, a produção vai começar do zero e o estúdio está à procura de escritores e a escolher um realizador.

V for Vendetta
Foi disponibilizado há uns dias o segundo trailer de V for Vendetta (em HD e tudo). O pequeno vídeo tenta dar uma ideia geral da história e está repleto de cenas de acção. Tudo muito ao estilo de Matrix, ou não fosse o argumento da autoria dos irmãos Wachowski. Algo me diz que os fãs da obra de Moore não vão gostar, mas se for encarado como um filme de acção até pode ser que não seja muito mau.

X-Men 3
Eu sei que o trailer já saiu há uns tempos e não é grande novidade, mas só agora o consegui ver. Apesar de ainda pouco se saber sobre a história deste terceiro filme, o trailer faz antever algum tipo de confronto entre os mutantes de Magneto e os pupilos de Charles Xavier. Para não variar os efeitos especiais estão espectaculares, e a acção não vai faltar.
A estreia está marcada para 26 de Maio de 2006.

Duelo entre estúdios contribui para o CBLDF

Wildstorm Logo
Aspen Logo
O blog Sun of Gelatometti organizou um duelo de artistas entre os estúdios da Wildstorm e da Aspen e os desenhos foram doados ao CBLDF para serem leiloados.
Os 8 artistas (Jim Lee, Ale Garza, Carlos D'anda e Richard Friend da Wildstorm e Michael Turner, Marcus To, Koi Turnbull e Micah Gunnell da Aspen) defrontaram-se em 4 batalhas em que cada um dispunha de apenas 1 hora para mostrar do que é capaz. As votações foram feitas pelos próprios fãs, que deram a vitória à Wildstorm apenas no último "combate", entre Jim Lee e Michael Turner.
Mas o mais importante no meio disto tudo não é o estúdio vencedor. Depois deste duelo as obras foram oferecidas ao Comic Book Legal Defense Fund (uma instituição que protege os direitos dos autores de banda desenhada nos EUA) que as está a leiloar para financiar as suas iniciativas legais. O leilão está a decorrer no eBay e todos podem participar, se tiverem orçamento para isso (o desenho do Jim Lee já vai em 1000 dólares e ainda faltam 4 dias para o fim do leilão!).

Marvel lança os "Digital Comics"

Numa tentativa de se lançar no mercado da banda desenhada digital, a Marvel disponibilizou há poucos dias alguns comics no seu website para inaugurar a sua mais recente iniciativa, os "Digital Comics".

A tecnologia utilizada permite visualizar os comics de duas formas diferentes: página a página ou "smart panels". Através dos "smart panels" somos guiados de painel em painel através de cliques no ecrã, o que por si só é um conceito bastante interessante. O problema é que em painéis mais pequenos o zoom reduz significativamente a qualidade das imagens.
É certo que os actuais leitores de banda desenhada preferem o papel, mas é da opinião do editor chefe da Marvel, Joe Quesada, que essa tendência pode vir a mudar:
My generation and those before me found comics on racks, we found them at stores, we found them as marked up collectables or as mylared treasures. So as I discovered them, that is how I prefer them. But there is a time coming, when for some kids the very first time they read a comic they’ll be reading it on their computer or their phone or PDA. That’s what comics will be to them and that number of kids will grow rapidly.

É também de referir que os "Digital Comics" (ou outra iniciativa do género) podem ser a única forma de reduzir os preços da banda desenhada, já que a sua publicação em formato digital reduz drasticamente os custos de distribuição e elimina completamente os custos de impressão. Esta é a resposta mais óbvia à crescente pirataria neste meio, notando-se algumas semelhanças com o que tem vindo a acontecer na indústria da música (veja-se o caso do iTunes por exemplo).

Para já estão disponíveis na secção dedicada aos Digital Comics apenas 4 títulos (Friendly Neighborhood Spider-Man #1, Captain America #1, She-Hulk #1 e Franklin Richards: Son of a Genius) e é necessário efectuar o registo (grátis) no site para os poder ver na totalidade.

Pratos com desenhos de Alex Ross?!

Alex Ross - prato Natal 2005Onde é que isto vai parar? Então não é que o senhor Alex Ross anda a fazer desenhos para pratos de porcelana! Eu sei que ele é um ilustrador fantástico, mas pratos?!
Enfim, a novidade é um prato pintado com um tema natalício onde o Joker e a Harley Quinn (vestidos de pai e mãe Natal) colocam o Batman dentro de um saco. Esta é uma edição limitada e está à venda por 59.99 dólares (cerca de 50 euros) no site da DC Direct, por exemplo.
Mas este não é o primeiro (e se calhar não será o último). Existem pelo menos mais quatro pratos com ilustrações de Ross:
Prato Clark e LoisPrato Green Arrow e Green LanternPrato JLAPrato Superman e Flash

José Carlos Fernandes Apresenta Black Box Stories

Teve lugar ontem a apresentação ao público do novo projecto de José Carlos Fernandes (JCF): Black Box Stories. Repetiu-se assim na livraria Almedina (Saldanha) a sessão realizada há um mês atrás no Fórum Fantástico. Se no Fórum Fantástico a afluência até foi boa, ontem contavam-se 7 pessoas na assistência, tendo em conta que 2 delas eram o Farinha e eu… Não obstante, a apresentação foi muito interessante e desenrolou-se de forma bastante informal, em grande parte graças à simpatia e disponibilidade de JCF e João Miguel Lameiras.
Em primeiro lugar foram mostradas algumas pranchas de Miguel Rocha, Luís Rodrigues, Susa Monteiro e Roberto Gomes, enquanto o autor falou das histórias e do processo criativo. Tivemos também direito a banda sonora, passaram algumas das “Ostras” da Antena 2 escritas por JCF, enquanto nos mostravam os desenhos referentes à história. Além dos desenhadores já referidos, JCF anunciou a possível colaboração de um artista espanhol de origem japonesa. JCF ainda brincou com a situação e acrescentou que era “para ver se entramos no mercado japonês dos mangas”. JCF já escreveu mais de 100 histórias para este novo projecto, cada volume será dedicado a um dos desenhadores e o primeiro, ilustrado por Luís Rodrigues, está agendado para Abril de 2006.
A seguir à apresentação seguiu-se uma conversa informal onde foram abordados vários temas, desde a pertinência dos festivais de BD em Portugal até ao estado actual das livrarias. Quando confrontado com a possibilidade de expandir as suas publicações para o mercado franco-belga o autor mostrou-se bastante cauteloso, e afirmou que só o fará quando tiver reunido todas as condições para que não se trate de um lançamento isolado. Pudemos também ficar a saber que em vez de produzir os volumes 7,8 e 9 da Pior Banda do Mundo JCF dedicou-se ao segundo volume de A Agência de Viagens Lemming, que ainda não tem data de lançamento. Quanto ao primeiro volume desta série, que saiu nas páginas do Diário de Notícias durante o verão, será publicado em Janeiro de 2006 em parceria com o jornal.
Foi uma conversa muito agradável em que se discutiram vários temas interessantes e em que ainda houve tempo para alguns autógrafos. E para terminar um dia dedicado à BD ainda passámos pela Assírio e Alvim no cinema King, onde este fim-de-semana houve uma promoção de livros da Meribérica.
Autógrafo JCF

Fico Chateado

Claro que fico chateado! (Eu sei que toda a gente está farta desta frase do Gato Fedorento mas não resisti...) Tiram o Kurt Busiek de um dos títulos que mais gozo me dá ler todos os meses, e o Warren Ellis vai perder tempo/ganhar dinheiro para a Marvel.

ConanDepois de ter relançado o bárbaro mais famoso da ficção com grande sucesso há mais de dois anos, Kurt Busiek vai parar de escrever Conan para a Dark Horse. Busiek, e companhia, tornaram Conan num dos títulos mais lucrativos da Dark Horse em muito pouco tempo e têm recebido o justo reconhecimento da crítica especializada, até já receberam dois Eisner Awards. No entanto, Busiek abandona a escrita de Conan no número 28 e acaba as histórias sobre a infância de Conan no número 32. Depois vem Mignola adaptar a história de Robert E. Howard: The Hall of The Dead, do número 29 ao 31. Mas é Tim Truman (GrimJack) que vai vestir a camisola de Busiek a partir do número 33, ficando a arte a cargo de Cary Nord (que tem feito um excelente trabalho nesta série). Espero que a série não perca qualidade com a saída de Kurt Busiek...

NextwaveWarren Ellis (Transmetropolitan) é dos meus autores preferidos e voltou em grande estilo às séries de longa duração com Fell e Desolation Jones. Só que os cifrões falam mais alto e Ellis vais escrever mais títulos de super-heróis para a Marvel. Os novos títulos são Nextwave e newuniversal. Nextwave (janeiro de 2006) será sobre um grupo de super-heróis e Ellis descreve-o da seguinte forma: "People get kicked, things explode - this is what they want. What more do you need to know". Já newuniversal será uma nova série (agendada para o verão de 2006) com as personagens da antiga versão lançada pela Marvel nos anos 80, segundo Ellis é algo entre a ficção científica e os super-heróis. Ellis diz:

The central concept, these days, also looks kind of generic. Wild Cards did it, Rising Stars did it, etc etc. Something called The White Event occurs, and afterwards a handful of people are found to have been made superhuman. So far so blah. But, in looking at this stuff on a webpage one night, it occurred to me that that's not what happened. What actually happened was that there was this huge astronomical event where the skies went white all over the world for a minute, and the aftermath was that the laws of physics had been changed.
Warren Ellis já escreveu bons títulos de super-heróis como The Authority, mas sinceramente prefiro os seus outros títulos com pessoas sem super poderes. Estas novidades até podem ser boas notícias, mas inevitavelmente deixaram-me chateado...

José Carlos Fernandes - Lançamento de livro e sessão de autógrafos

José Carlos FernandesNo dia 10 de Dezembro (este sábado), às 16 horas, na Livraria Almedina (Atrium Saldanha, Loja 71, 2.º Piso) vai ter lugar o lançamento de "O Depósito de Refugos Postais", o quinto volume da Pior Banda do Mundo, com a presença do autor, José Carlos Fernandes.
A Pior Banda do Mundo é uma das mais premiadas e conhecidas séries portuguesas de BD, vencedora de dois Prémios Amadora BD para Melhor Álbum, bem como de um Prémio para Melhor Argumento. É uma das únicas obras de autores portugueses com projecção internacional, com sucesso assinalável em Espanha.
Nesta sessão, José Carlos Fernandes apresentará também o seu mais recente projecto, Black Box Stories (repetindo a apresentação realizada na edição deste ano do Fórum Fantástico), que verá a luz do dia durante a Primavera de 2006, durante uma conversa informal com João Miguel Lameiras sobre este e outros temas. Tudo isto acompanhado por projecções em Power Point de várias pranchas desenhadas por Miguel Rocha, Luís Rodrigues, Susa Monteiro e Roberto Gomes. Terá também lugar a habitual sessão de autógrafos.
Nós vamos estar lá. E vocês?

Millarworld Magazine #6

Millarword Magazine 6O número 6 da Millarword Magazine (que tem vindo a ser publicada mensalmente no site millarword.tv) vai ser a última edição da revista. Com o afastamento temporário de Mark Millar a revista vai ter um novo nome, fractalmatter, e estará disponível a partir de 1 de Janeiro em www.fractalmatter.com.

Como despedida, esta última edição está recheada de entrevistas e reviews. Entre os entrevistados são de destacar Brian K Vaughan (Ex Machina, Y the Last Man, Runaways), Joe Quesada (o editor-chefe da Marvel) e Jeff Scott Campbell (Danger Girl). Nas reviews temos, entre outras, The Intimidators #1 (com desenhos do "nosso" Miguel Montenegro), DMZ #1 (de Brian Wood) e uma grande dose de Grant Morrison: All-Star Superman #1 (com arte de Frank Quietly), Seven Soldiers: Klarion #1-4, Seven Soldiers: Zatanna 1-4 e Seven Soldiers: The Bulleteer #1. Há ainda espaço para críticas a filmes e a jogos e para uma coluna de Bruno Batista dedicada ao manga.

Strangehaven - Na Arcádia

Capa Strangehaven - Na ArcádiaAutor: Gary Spencer Millidge
Editora: Devir


Strangehaven começou a ser publicada em 1995 no formato de comic e em 10 anos foram publicados 18 números, o que dá a espantosa média de 1 a 2 comics lançados por ano. É o que acontece quando um autor talentoso vê o seu trabalho recusado pelas editoras e é obrigado a auto-publicar o seu trabalho. Como na maioria dos casos, o autor em questão não consegue viver dos rendimentos da 9ª arte e vê-se obrigado a trabalhar noutras áreas para subsistir, e quem sofre as consequências é a sua obra, publicada a passo de caracol. No entanto, também podemos argumentar que a rapidez com que são lançadas as BD das grandes corporações não é sinónimo de qualidade e que mais vale uma BD bem pensada mas que é publicada lentamente. E a julgar pelo British National Comic Award de 1997, e pelas inúmeras nomeações para outros prémios, Strangehaven é a prova que a qualidade impera sobre a rapidez. Este livro, que reúne os 3 primeiros números, inicia a nova ambiciosa colecção da Devir (Riscos) dedicada a BD mais alternativa e com arte a preto e branco.
Quem já viajou de carro por pequenas estradas do campo sabe quão fácil é ficar perdido no meio do nada, principalmente se for noite cerrada e começar a chover. É assim que começa a estranha história de Alex Hunter, cuja única orientação é uma indicação para Strangehaven, aldeia que ele nem consegue encontrar no mapa. Só que além de estar perdido ainda vai ter um acidente ao tentar não atropelar uma sinistra rapariga que aparece à frente do seu carro. Alex recupera os sentidos em Strangehaven, no consultório do médico, onde lhe dizem que não havia mais ninguém no local do acidente.
Apesar das estranhas circunstancias em que Alex chega à cidade, e da imagem recorrente de uma rapariga a andar debaixo de água, Strangehaven parece uma aldeia que possui um charme à parte e o próprio Alex vai se deixar encantar. Principalmente depois de passar um dia perdido, nas estradas circundantes, a tentar seguir viagem. Além disso, Janey, a assistente do médico, apaixonou-se por Alex e convence-o a instalar-se em Strangehaven como professor primário.
Entretanto, a vida continua em Strangehaven. A sociedade secreta da aldeia, uma espécie de maçonaria local, continua a reunir-se e tenta decidir o que fazer em relação ao estranho que acabou de chegar. Meg, um antigo xamã de uma tribo amazónica, inicia o jovem irmão de Janey nos mistérios da cultura das tribos amazónicas. E, Adam, um tipo de óculos escuros com ar de metaleiro que diz possuir visão raio-x e ser de outro planeta, continua a trabalhar num sofisticado aparelho para contactar o seu povo.
Gary Spencer Millidge não avança muitas respostas nesta altura da história, mas vê-se que está estabelecer excelentes bases para o desenvolvimento deste enredo cheio de personagens intrigantes. Habilmente planificados, estes três primeiros números avançam a um ritmo calmo, adequado ao cenário idílico de Strangehaven, o que permite ao leitor ter uma visão global da vida na aldeia. É impossível não comparar Strangehaven a uma novela, pois Millidge relata a vida dos aldeões através de uma série de pequenos episódios que se vão sobrepondo e onde a narrativa principal serve de foco. Mas não pensem que Strangehaven é um dramalhão brasileiro cheio de clichés, não é por isso que o comparo a uma novela... O maior feito de Strangehaven é o ambiente criado pelo autor, numa cidade aparentemente pacata surgem indícios bizarros e sobrenaturais que nos fazem ter a certeza que algo de muito estranho se está a passar sob o manto da aparente normalidade. Talvez por isso esta BD seja constantemente comparada a Twin Peaks
Quando folheei o livro admito que não fiquei muito entusiasmado com os desenhos, e gosto muito de arte a preto e branco… O estilo de Millidge é muito realista, até demais, o que se traduz num desenho que por vezes parece excessivamente inerte. No entanto, nota-se que há uma evolução no traço de Millidge ao longo deste primeiro volume e mais para o final há melhorias notórias. Para criar o ambiente peculiar de Strangehaven Millidge recorre a diferentes técnicas, por vezes utiliza fotos, e tudo o que referente aos índios é contado através de sequências pintadas a aguarela, o que lhes dá um ar de estarem fora da realidade da aldeia. Millidge utiliza a famosa grelha de 9 vinhetas por página, que por vezes pode ser demasiado rígida, o que lhe permite introduzir no meio da narrativa vinhetas soltas ou criar sequências surrealistas (o pesadelo de Alex com a rapariga é dos meus momentos favoritos).
Strangehaven - Na Arcádia é um excelente início para a nova linha Riscos da Devir (no entanto não percebo porque é que não incluíram as capas originais no livro e depois oferecem folhetos à parte com as mesmas…). Gostei deste início intrigante e espero ansiosamente pela continuação da série.

As ilustrações de Iskandar Salim

Têm aparecido por aí uns belos teaser posters do filme Superman Returns cuja autoria eu desconhecia, até hoje.
O autor das obras é Iskandar Salim, um Web/Graphic Designer de profissão que nos tempos livres dedica-se a criar imagens digitais dos seus superheróis favoritos. Aqui fica uma das suas fatásticas criações (visitem o site para verem a galeria completa):

Iskandar Salim - Superman: The Daily Planet