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Jeff Smith e David Lapham regressam sem dono

Dois dos meus autores favoritos dos anos 90 regressam em 2008 com 2 séries originais e com liberdade criativa para tal. Jeff Smith publicou às suas custas mítica série Bone (55 números, 1991-2004) , que alcançou um sucesso planetário: mais de um milhão de livros vendidos, está traduzido em nove línguas e foram criadas várias edições paralelas (a cores pela Scholastic e o apetecível Art of Bone da Dark Horse). David Lapham também criou a El Capitán para publicar a irregular, violenta e muita apreciada série: Stray Bullets (40 números publicados, sem fim anunciado mas sem edições novas desde 2005, começou em 1995). Ambos os autores andaram um pouco parados, e recentemente pegaram em alguns títulos da DC e da Marvel. Jeff Smith na DC com Shazam: Monster Society of Evil, e David Lapham fez para Marvel Terror Inc., e para a DC, uns Batman, Spectre: Tales of The Unexpected e para a Vertigo a OGN Silverfish. Dos USA chegam-nos notícias que estes dois autores voltam às criações originais.

David Lapham vai manter o conforto de ter alguém a editar os seus livros e fica na Vertigo, excelente escolha na minha opinião (pode ser que assim o obriguem a acabar as suas séries). Regressa com a série Young Liars, com início previsto para Março 2008. Em Young Liars, Lapham volta a explorar o tema da perda da inocência, mas num mundo um pouco mais delirante que o de Stray Bullets. Young Liars narra as aventuras de Danny Noonan e Sadie Dawkins, ele é guitarrista e mentiroso compulsivo, ela é a sua paixão e filha de um milionário. Sadie depois de ser alvejada, e ter uma bala alojada no cérebro, segue os conselhos de Danny para satisfazer a sua fome por adrenalina. O que os vai levar numa viagem pela europa em busca de um quadro que vale 50 milhões de dólares, enquanto são perseguidos por um estranho grupo de mercenários alemães, contratados pelo pai de Sadie. Lapham promete: "Poorly disguised German hit men, incest, circus freaks, and murder" (entrevista e preview). Chega em Março de 2008 e é tentador...

Já Jeff Smith, preferiu manter-se independente, e será pela sua editora Cartoon Books que vai lançar RASL durante os próximos dois anos. RASL marca uma separação com o mundo de Bone, pois é um título de ficção científica, em que o herói viaja por diversas dimensões para roubar obras de arte. RASL é o nome pelo qual é conhecido pela polícia. Smith acrescentou um ingrediente engraçado às viagens inter dimensionais: RASL tem um fato que quebras a barreiras de espaço/tempo e lhe permitir ir de uma dimensão para outra, mas isto é um processo doloroso e a maneira com que ele lida com isto é tendo uma vida de devasso (alcool, prostitutas, jogo...) durante vários dias. Para voltar é o contrário, tem de estar limpo e zen... Está previsto para Fevereiro e podem ver a preview (e entrevista com Jeff Smith) aqui.

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Capas #9: Batman - The Long Halloween #3




Desenho: Tim Sale
Editora: DC
Ano de publicação: 1997
Sinopse: Mini-série cuja acção se desenrola durante o Ano Um, em que Batman investiga um assassino que só ataca durante os feriados. Trabalhando em conjunto com o procurador Harvey Dent e com o chefe da polícia James Gordon, Batman luta contra o calendário para descobrir quem é Holliday, antes que este reclame mais vítimas a cada mês que passa. Nesta série também assistimos à transformação de Dent no Two-Face.

Feliz Natal!

Raio X #5

Detective Comics #837

Argumento: Paul Dini – Desenho: Don Kramer – Editora: DC

Embora com algumas pausas, Paul Dini consegue manter a elevada qualidade dos one-shots de Batman e este número não é excepção. Embora tenha algumas ligações com o evento Countdown (que me passaram completamente ao lado), a história principal vale por si só para os seguidores do morcego. Batman aparece na última página, e Bruce Wayne na primeira, o resto da narrativa é dedicada a uma dupla improvável formada por Harley Quinn e Riddler. Riddler é encarregue por Bruce de investigar um dos seus trabalhadores, que está ligado às amazonas junto com Harley Quinn. Dini entrega-nos mais um excelente número em que as doses de acção, investigação e diálogos fluídos, estão muito bem calculadas; é um argumento com o ritmo de um episódio de animação, perfeito para uma história de BD de 20 e tal páginas. A arte de Kramer é competente e mantém a qualidade a que já nos habituou. 7/10


JLA/Hitman #1-2

Argumento: Garth Ennis – Desenho: John McCrea – Editora: DC

Que alegria que foi voltar a ler uma história original de Hitman (aka Tommy Monaghan)! Como Ennis se encarregou de matar Tommy, no final da série Hitman em 2001, este título é como que um regresso ao passado, inserindo-se algures na continuidade de Hitman após o seu encontro com Superman (#34) e com Green Lantern (#11-12). Esta mini-série é como um diálogo entre o autor e os muitos fãs de Tommy, pois funciona exactamente nos mesmos moldes narrativos que a extinta série, e está repleta de referências, e aparições, de personagens conhecidas. Nesta história Hitman vê-se associado à JLA para salvar a humanidade, e em última instância Tommy terá de recorrer a métodos pouco ortodoxos (e controversos) para salvar o dia. Adorei voltar a ver o humor despretensioso (“Tommy was here” na WC da JLA…) e a violência acéfala que caracterizavam esta série. Gostei também de ver a JLA envolvida em debates éticos e morais, levantados pelas acções de Tommy, que levam a uma reflexão sobre a natureza das acções e o que realmente motiva os super-heróis. É por estas pequenas amostras que sou da opinião que Ennis pode escrever das melhores histórias de super-heróis, se simplesmente conseguisse esquecer um pouco o ódio que nutre por este tipo de personagens. Só tenho uma coisa a dizer: tragam o Hitman de volta! 10/10

Página 161


Com muito atraso, venho responder ao desafio lançado pelo Verbal, do Notas Bedéfilas, há um mês atrás. Esta corrente blogueira consiste em abrir um livro na página 161, e em transcrever a quinta fala. A minha escolha vai para a minha leitura de cabeceira do momento: Safe Area Gorazde, de Joe Sacco (Jonathan Cape).

"I believe in a multiethnic Bosnia. Not all soldiers are war criminals. Maybe a small percentage are bad, those who did the slaughtering and those who fired artillery into civilian areas..."


Lanço o desafio ao Bruno Taborda do Contracultura (para ver se ainda dá uma olhada aqui para estes lados, assim como o Verbal que me lançou o desafio).

Posters de The Dark Knight

Já circulam por aí os posters da sequela de Batman Begins ...










































e têm muito bom aspecto! The Dark Knight tem estreia prevista para o verão de 2008.

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Bang Bang Vol. 1

Autor: Hugo Teixeira
Editora: Pedranocharco (2007)

Como já é hábito, o FIBDA é a única altura em que a BD portuguesa saí da gaveta dos autores, e agita um pouco o marasmo editorial que domina a 9ª arte por cá… A Pedranocharco (editora do resistente BD Jornal) não foi excepção e lançou dois títulos: Sexo, Mentiras e Fotocópias, de Álvaro (que ainda não li, mas já teve direito a crítica no Ípsilon) e Bang Bang, de Hugo Teixeira.
Hugo Teixeira deu-se a conhecer ao público com a sua participação no BD Jornal: Os Monótonos Monólogos de um Vagabundo, um pequeno conto intimista, e bastante pessoal.
Bang Bang, o primeiro mangá português a ser editado, chega-nos num registo totalmente diferente. O autor denomina-o de “mangá cyberpunk” e tem alguns elementos de western à mistura. Trata de uma organização interplanetária de caçadores de cabeças, no ano de 3029, em mundos pós-apocalípticos que fazem lembrar Blame!, de Totsumo Nihei. Este álbum de 68 páginas, contem apenas cerca de 40 páginas de BD; onde, além de serem apresentadas as duas personagens principais, acontece muito pouco. Além disso, Bang Bang parece não trazer nada de novo ao género e limita-se a repetir fórmulas existentes: uma heroína sozinha, num mundo desolado, em busca de alguma vingança pessoal e acompanhada por um sidekick trapalhão…
No desenho, Hugo Teixeira aproxima-se dos mangás deste género. A influência de Totsumo Nihei é notória, principalmente nos cenários, mas o seu traço ainda tem de melhorar muito, principalmente quando desenha pessoas… No entanto, gostei das naves, e outros veículos, onde Hugo Teixeira parece muito mais à vontade.
Bang Bang é um projecto cheio de boa vontade, e segue o plano de divulgação de BD portuguesa lançado há muito por Jorge Machado Dias. No entanto, peca pela falta de originalidade e pelo tamanho reduzido do álbum, que não permite que a história desenvolva o suficiente para cativar o leitor. Nota positiva para os extras incluídos no final do álbum.

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