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Invincible Ultimate Collection Vol. 1

CapaArgumento: Robert Kirkman
Desenho: Cory Walker e Ryan Ottley
Editora: Image


Depois de começar a comprar os TPB de Walking Dead, o Tiago da Mongorhead ofereceu-me o #0 de Invincible e disse-me que eu ia gostar. Achei estranho porque na minha standing order não tenho nenhum título de super-heróis, mas já que era de graça… 16 páginas depois estava agarrado e fiquei à espera do volume em capa dura que vinha anunciado na contra-capa (400 páginas, #1-13, boa maneira de começar a ler Invincible!), isto sim é marketing eficaz… Depois de ler este primeiro volume posso dizer que voltei a redescobrir o prazer de ler super-heróis.
Invincible não é o título mais original de todo o sempre na história dos homens voadores, pode até nem ser o melhor, mas é de certeza o mais divertido. Kirkman utiliza os velhos cânones dos títulos de super-heróis: identidades secretas, equipas de super-heróis, extra-terrestres que se tornam nos salvadores do planeta, etc… No entanto, é dado mais ênfase à pessoa que veste o fato do que propriamente às suas acções como super-herói. Além disso, como já é hábito nos argumentos de Kirkman, tudo pode acontecer de um momento para o outro e alterar completamente o que as personagens, e o leitor, tinham tomado como adquirido.
A premissa é simples, Mark é filho do maior super-herói da Terra, Omni-Man, e sabe que durante a sua adolescência, além de todas as alterações normais, poderá também desenvolver os mesmos poderes que o seu pai. Todo o processo da transformação de Mark em super-herói é genial, pois brinca com todos os conceitos clássicos deste tipo de BD, sem nunca cair no ridículo. Mas também acrescenta algumas ideias originais, como o facto de Mark contar aos pais e sair em “missão” com o seu pai. É raro ver-se os pais encararem super-poderes como algo banal e não tentarem dissuadir o filho de salvar o mundo. As cenas do quotidiano de uma família de super-heróis e as passadas na escola, são uma mais valia para a história, pois Kirkman aposta mais na caracterização de Mark do que nas suas acções, e é precisamente o que torna este título tão divertido. A adolescência é um período fértil em acontecimentos estranhos, agora juntem-lhe o aparecimento de super-poderes…
Invincible é um super-herói e portanto não se passa tudo em casa ou na escola, existem batalhas, invasões alienígenas e muitas reviravoltas. Ao ler os 13 comics juntos dá para ver que Kirkman tem tudo muito bem planeado e faz tudo para surpreender o leitor. Embora o herói principal seja o Invincible, este título é um pouco como o Savage Dragon, em que existe uma multiplicidade de personagens secundárias com bastante peso na história. O que permite a Kirkman desenvolver várias narrativas ao mesmo tempo, que podem até parecer desconexas, mas que invariavelmente acabam por convergir de forma explosiva.
Os desenhos de Cory Walker são o que seria de esperar num título deste género. Funciona, é colorido e tem alguns planos interessantes, mas não é memorável. Ryan Ottley tem um estilo semelhante ao de Walker, mas é bem melhor. As suas personagens são muito mais expressivas, as batalhas são bombásticas e utiliza grandes planos que ganham muito numa edição de maiores dimensões como esta. Não são nenhuns virtuosos, mas no registo dos comics de super-heróis os seus desenhos em nada ficam a dever aos de outros títulos.
Quanto a esta edição gigantesca, além de ser num formato maior em capa dura, conter 13 números, tem ainda 80 páginas só de extras, que incluem: sketches, capas alternativas, arte promocional, um guião e mais coisas, tudo com comentários humorísticos de Kirkman.
Se gostam, ou já gostaram, minimamente de super-heróis leiam Invincible, não se vão arrepender. Robert Kirkman conseguiu criar um comic divertido e relativamente original sobre super-heróis que tem potencial para durar até ao #500. Eu espero pela minha próxima dose de 13 números…