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Raio X #4

descriçãoBatman #655-656
Argumento: Grant Morrison – Desenho: Andy Kubert – Editora: DC

É mau sinal quando passado 5 ou 6 páginas o leitor não percebe o que se está a passar, não porque o autor utilize referências obscuras, mas porque a narrativa é confusa. Isto é ainda pior quando acontece num título de super-heróis… Muito se esperava de Morrison em Batman, mas até agora tem sido tudo bastante enfadonho, e pouco inovador, neste arco em que Batman conhece o seu filho e tem lutar com homens morcego gigantes (algo que já foi utilizado em Usagi Yojimbo…). Embora sejam poucos, também existem bons momentos, como quando Batman combate com os morcegos gigantes rodeado por quadros de pop art com balões de BD que reflectem o que se está a passar na história. A arte de Kubert é dinâmica o suficiente para um título deste género, mas não faz mais do que cumprir o seu papel. 5/10


Detective Comics #821-822
Argumento: Paul Dini – Desenho: J.H.Williams III (#851) e Don Kramer (#822) - Editora: DC

Só pelas capas de Simone Bianchi já vale a pena comprar este título… Paul Dini decidiu não fazer grandes arcos e portanto cada número é auto-conclusivo e gira à volta de premissas bastante simples. Como o próprio título indica, aqui foca-se mais a faceta de investigador de Batman. Ambas as histórias são bastante interessantes, e têm o seu quê de reminiscente da Bronze Age, embora no #822 a ideia de partida (Riddler tornou-se detective e ajuda a polícia) seja mais forte. No entanto, perdeu-se muito com a saída de J.H. Williams. A composição das suas páginas é exímia e tudo serve para fazer uma vinheta, até a própria capa do Batman. O traço de Kramer faz lembrar Williams, mas tem uma abordagem muito mais convencional. 7/10


Fell #6
Argumento: Warren Ellis – Desenho: Bem Templesmith – Editora: Image

Ellis continua a explorar Snowtown através das investigações do detective Fell. Cada número contém uma história completa, e graças às pistas que Ellis vai deixando, aos poucos vamos conhecendo melhor cada personagem (sendo, sem dúvida, a mais intrigante, a freira que se mascara de Nixon…). O relacionamento entre Fell e Mayko é bastante simples, mas uma pequena esperança no meio da cidade desoladora que é Snowtown. Como nos outros números Ellis inspirou-se em factos reais para criar um criminoso doentio, lembrando-nos que os actos mais atrozes acontecem mais perto de nós do que gostaríamos de pensar. A arte de Templesmith transmite o ambiente fantasmagórico da cidade, ao mesmo tempo que a colorização estabelece o contraste entre o que de melhor e pior existe em Snowtown. Uma excelente leitura, como sempre. 9/10