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Trailer e máscara de V for Vendetta

Poster V for VendettaJá está disponível no site oficial do filme V for Vendetta o trailer (em formato quicktime) desta adaptação de BD ao cinema.

A história, criada pelos ingleses Alan Moore e David Lloyd, passa-se numa Inglaterra futurista e fascista, dominada por um regime totalitário. Neste contexto surge V, um vigilante mascarado, que pode ser visto como um terrorista ou como um combatente pela liberdade; e Evey que acaba por se ver envolvida no plano de V para acabar com a crueldade e a corrupção que atormenta toda a sociedade.
Alan Moore tem-se mostrado descontente com a indústria cinematográfica e por isso recusa-se a participar nos filmes baseados em obras suas, exige que o seu nome seja retirado dos créditos e até recusa a parte dos lucros a que teria direito. Este filme não foi excepção e, tendo em conta a decepção que foi, por exemplo, The League of Extraordinary Gentlemen, as espectativas não são muitas. Só nos resta esperar que a tendência mude.
V for Vendetta MaskO filme, com argumento dos irmãos Wachowski, tem produção de Joel Silver, realização de James McTeigue, e no elenco Hugo Weaving (mais conhecido por Agent Smith) como V, Natalie Portman como Evey, e também John Hurt e Stephen Rea. A estreia nos Estados Unidos está marcada para 5 de Novembro e ainda nada se sabe sobre a estreia em Portugal.

A acompanhar o lançamento do filme surge o inevitável merchandising. A DC Direct divulgou que lançará uma réplica da máscara utilizada pelo personagem principal, V. Este item poderá ser adquirido a partir de Outubro, nos EUA, por 195 dólares (cerca de 160 euros).

Nova linha de action figures de Sin City

A NECA vai lançar mais uma linha de action figures de Sin City. Esta linha conta com 7 figuras: a assassina Miho, a empregada de balcão Shellie, as gémeas Wendy e Golden, o serial killer Kevin e duas versões diferentes de Marv. Até dá uma certa vontade de as ter:
Bloody Marv Goldie
Shellie Miho Kevin

Marvel 1602

Capa nº1Capa nº2
Argumento: Neil Gaiman
Desenho: Andy Kubert
Cores: Richard Isanove
Editora: Devir (edição portuguesa), Marvel

Tenho de admitir que sou um leitor atípico desta série. Em primeiro lugar, é a primeira BD escrita por Neil Gaiman (The Sandman) que leio, e em segundo lugar, porque nunca fui um grande adepto da Marvel e já há muito tempo que não acompanho os comics de super-heróis. Só o nome de Gaiman é que me fez ter algumas expectativas em relação a esta mini-série, recentemente publicada pela Devir em 2 TPB.
1602 marcou o aguardado regresso de Gaiman aos comics (embora tenha escrito várias graphic novels pelo meio…) após ter completado a mais que premiada, e aclamada, série da Vertigo: The Sandman. A expectativa era grande e embora haja muita gente que tenha gostado, também houve quem achasse a série abominável.
Gaiman pegou nos super-heróis da Marvel e transportou-os para a Inglaterra da Rainha Elizabeth, mais concretamente para o ano de 1602. Inicialmente, parte do prazer da leitura consiste em identificar quem é quem neste universo Marvel do século XVII, o que por vezes se pode tornar complicado para quem não é um leitor assíduo da casa das ideias. No entanto, é difícil não reconhecer o jovem órfão Peter Parquargh que tem uma curiosa atracção por aranhas (mesmo não estando vestido de azul e vermelho), o senhor Nicholas Fury responsável pelos serviços de informação da coroa, os X-Men que aqui são os “embruxados”, e todas as outras personagens da Marvel. Felizmente este jogo de diferenças, e semelhanças, não é o único ponto de interesse de 1602.
A história começa com a rainha Elizabeth reunida com o chefe da espionagem da corte, Nicholas Fury, e com o seu médico-mor, o doutor Stephen Strange, para se pôrem a par de um estranho tesouro que partiu de Jerusalém para Inglaterra. Este objecto misterioso, perseguido por várias facções, será o centro de todas as narrativas paralelas que Gaiman criou para as diferentes personagens da Marvel. Matthew Murdock, o destemido trovador cego irlandês, é encarregado pela coroa britânica de recuperar o tesouro, mas o conde Von Doom da Latvéria também tem os seus planos… Ao mesmo tempo, em Espanha, a inquisição persegue os “embruxados”, apesar de alguns terem sido recolhidos Carlos Javier no seu colégio particular, onde seguem os seus treinos de combate. O toque pessoal de Gaiman em cada uma destas personagens dá-lhes uma nova vitalidade e em alguns casos torna-os ainda mais interessantes que os originais. Além disso, uma das coisas que mais me agradou nesta BD foi o facto de os elementos históricos colarem na perfeição com os super-heróis. Gaiman utiliza os factos históricos a seu proveito para tornar mais credível a presença das personagens da Marvel no século XVII.
Ao longo da história as narrativas vão-se todas cruzando, e é notória a atenção que Gaiman dá ao desenvolvimento da trama, em detrimento de cenas de acção características das páginas da Marvel. E ainda bem, porque o desenvolvimento da história está tão bem estruturado, e avança a um ritmo rápido, que deixa o leitor ávido por respostas. No entanto, o culminar da história fica aquém do que se podia esperar. Este acaba por ser o maior defeito que tenho a apontar à narrativa de Gaiman, depois de arquitectar uma história muito interessante apresenta-nos um final que não está ao nível do resto da BD.
Para os desenhos de 1602 Andy Kubert utilizou a técnica de lápis melhorado (o que quer dizer que não recorreu a um arte-finalista) o que dá um ar mais detalhado, e perfeito, ao seu traço. Para quem conhece Origem de Wolverine os desenhos são semelhantes, pois foram também coloridos por Richard Isanove. As cores sumptuosas de Isanove dão vida aos desenhos de Kubert, e elevam-nos a outro patamar, bem superior ao que já nos habituámos em muitos títulos de super-heróis.
No posfácio desta edição Gaiman escreve: “Acabei de reler 1602 esta tarde, num pequeno barco, flutuando pelo lago num dia de sol, e constatei, com grande alivio, que estava bastante próximo do tipo de comic que eu queria escrever: uma história para o Verão, para ser lida debaixo de um alpendre, […] há muito tempo atrás.” E realmente, é a sensação com que fiquei depois de ler 1602. É uma história sobre super-heróis, sem grandes pretensões, e que tem como único objectivo proporcionar um bom momento de entretenimento ao leitor. Fica então a sugestão de Neil Gaiman para uma leitura de verão.

E os vendedores são...

Eisner logoA edição de 2005 dos Eisner Awards decorreu ontem no "San Diego Convention Center", premiando os melhores do mundo da banda desenhada durante o ano passado.
Esta edição ficou marcada pela criação de uma nova categoria, a de "Best Digital Comic", cujo prémio foi atribuído a Mom's Cancer de Brian Fies.
A lista completa dos vencedores é a seguinte:

Best Short Story: "Unfamiliar," de Evan Dorkin e Jill Thompson, em "The Dark Horse Book of Witchcraft" (Dark Horse Books)

Best Single Issue (or One-Shot): Eightball #23: "The Death Ray," de Dan Clowes (Fantagraphics)

Best Serialized Story: Fables #19-27: "March of the Wooden Soldiers," de Bill Willingham, Mark Buckingham, e Steve Leialoha (Vertigo/DC)

Best Continuing Series: The Goon, de Eric Powell (Dark Horse)

Best Limited Series: DC: The New Frontier, de Darwyn Cooke (DC)

Best New Series: Ex Machina, de Brian K. Vaughan, Tony Harris, e Tom Fesiter (WildStorm/DC)

Best Publication for a Younger Audience: Plastic Man, de Kyle Baker e Scott Morse (DC)

Best Humor Publication: The Goon, de Eric Powell (Dark Horse)

Best Anthology: Michael Chabon Presents The Amazing Adventures of the Escapist, editado por Diana Schutz e David Land (Dark Horse)

Best Digital Comic: Mom's Cancer, de Brian Fies

Best Graphic Album-New: The Originals, de Dave Gibbons (Vertigo/DC)

Best Graphic Album-Reprint: Bone One Volume Edition, de Jeff Smith (Cartoon Books)

Best Archival Collection/Project: The Complete Peanuts, editado por Gary Groth (Fantagraphics)

Best U.S. Edition of Foreign Material: Buddha, vols. 3-4 de Osamu Tezuka (Vertical)

Best Writer: Brian K. Vaughan, Y: The Last Man (Vertigo/DC); Ex Machina (WildStorm/DC); Runaways (Marvel)

Best Writer/Artist: Paul Chadwick, Concrete: The Human Dilemma (Dark Horse)

Best Writer/Artist-Humor: Kyle Baker, Plastic Man (DC); Kyle Baker, Cartoonist (Kyle Baker Publishing)

Best Penciller/Inker (tie): John Cassaday, Astonishing X-Men (Marvel); Planetary (WildStorm/DC); I Am Legion: The Dancing Faun (Humanoids/DC); Frank Quitely, WE3 (Vertigo/DC)

Best Painter/Multimedia Artist (interior art): Teddy Kristiansen, It's a Bird... (Vertigo/DC)

Best Coloring: Dave Stewart, Daredevil, Ultimate X-Men, Ultimate Six, Captain America (Marvel); Conan, BPRD (Dark Horse); DC: The New Frontier (DC)

Best Lettering: Todd Klein, Promethea; Tom Strong; Tom Strong's Terrific Tales (ABC); Wonder Woman (DC); Books of Magick: Life During Wartime; Fables; WE3 (Vertigo/DC); Creatures of the Night (Dark Horse)

Best Cover Artist: James Jean, Fables (Vertigo/DC); Green Arrow, Batgirl (DC)

Talent Deserving of Wider Recognition: Sean McKeever (A Waiting Place; Mary Jane; Inhumans; Sentinels)

Best Comics-Related Periodical: Comic Book Artist, editado por Jon B. Cooke (Top Shelf)

Best Comics-Related Book: Men of Tomorrow: Geeks, Gangsters, and the Birth of the Comic Book, de Gerard Jones (Basic Books)

Best Publication Design: The Complete Peanuts, por Seth (Fantagraphics)

Ex Machina no cinema

Ex Machina #1A New Line Cinema comprou os direitos para adaptar Ex Machina, a banda desenhada de Brian K. Vaughan e Tony Harris aclamada pela crítica e nomeada para uma data de Eisner Awards, ao cinema.
Na BD o protagonista é Mitchell Hundred, o primeiro super-herói do planeta cujo poder é a habilidade de comunicar com objectos inanimados. Farto de arriscar a vida a combater o crime, Mitchell decide candidatar-se a mayor de Nova Iorque, e acaba mesmo por ganhar. O comic toca em assuntos tão delicados como o 11 de Setembro, o casamento homossexual e a corrupção dentro da política, afastando-se dos habituais comics de super-heróis.
De acordo com o Hollywood Reporter, estão a ser preparadas duas versões do argumento. E a excelente notícia é que o próprio Vaughan está a criar uma delas, estando a outra a cargo do o co-produtor Glen Brunswick.
Vaughan é dos autores que mais tem dado que falar no mundo da banda desenhada, com o seu "Ex Machina", o "Runaways" da Marvel e o "Y-The Last Man" da Vertigo (que também está na calha da New Line, com David Goyer a produzir). A isto podem ainda juntar-se alguns dos sete Eisner Awards para que Vaughan está nomeado. Os prémios serão entregues hoje (em vez de dia 18 como tinha dito antes) durante o San Diego Comic Con.

Sin City ganha edição de luxo no final do ano

Sin City Library SetA Dark Horse decidiu dar ouvidos aos pedidos dos fãs e vai editar todos os livros de Sin City numa edição de luxo que estará disponível lá mais para o fim deste ano.
Nesta edição, cada um dos livros da obra de Frank Miller é reeditado em papel especial, em formato grande (23cm x 30cm) e com direito a capa dura. A colecção será comercializada em dois volumes, cada um com 4 livros.
O primeiro volume de Sin City Library Set junta os 4 primeiros livros da série: "The Hard Goodbye", "A Dame to Kill For" (do qual temos uma review), "The Big Fat Kill" e "That Yellow Bastard". Todos estes livros já foram publicados em Portugal pela Devir. O lançamento deste primeiro volume está marcado para 26 de Outubro e o preço rondará os 125 euros (150 dólares).
Do segundo volume fazem parte "Family Values", "Booze, Broads, and Bullets", "Hell and Back" e uma versão especial do livro "The Art of Sin City", repleto de desenhos de Miller que não chegaram às páginas dos livros de Sin City. Este volume custará o mesmo do primeiro e deverá ser lançado durante o mês de Novembro (segundo o UniversoHQ).

BD Jornal nº3 com uma participação especial...

Já está à venda o terceiro número do BD Jornal, que vê a luz do dia depois de uma data de problemas (consultem o Kuentro para os pormenores).
Neste número há que destacar a participação do Ferrão que contribuiu com um texto sobre o "Batman Begins". De salientar é o aparecimento do seu nome na capa ao pé de nomes como João Miguel Lameira, Pedro Cleto e o próprio José Macahado Dias.

O Marv está a chegar...

A Dinamic Forces anunciou ontem que a estátua de Marv vai chegar às lojas (americanas, é claro) já no dia 13 deste mês.
A estátua foi feita por um habitual destas andanças, William Paquet, que já fez mais de 40 esculturas para a DC Direct, entre elas Nightwing, Dark Knight Returns, Joker, Spectre, Simon Bisley’s Batman, The Dark Winter's Knight Snow Globe, e Lobo.
Este Marv com 30cm de altura estará disponível em duas versões, sendo uma delas limitada a 199 unidades, com direito a um certificado assinado pelo próprio William Paquet.
O preço é puxadote ($199.99 e $249.95), mas até tem bom aspecto:
Marv statue

O Spawn de Jack Kirby

Não se assustem! O Spawn que conhecemos foi mesmo criado por Todd McFarlane. Refiro-me sim a uma história chamada "Spawn", escrita por Jack Kirby e publicada em New Gods #5 em 1971, uns bons vinte anos antes do aparecimento do nosso Al Simmons. Na primeira página desta história aparece um logotipo extremamente parecido com aquele utilizado nas primeiras aparições da criação de McFarlane. Aqui fica uma imagem da dita página:
Spawn

(fonte: Volatilis)

Nova mini-série de Alan Moore

Capa Albion #1Uma visita ao Universo HQ deu-me a conhecer o mais recente trabalho de Alan Moore, Albion, uma mini-série de 6 números.
Em Albion Moore "ressuscita" alguns super-heróis da banda desenhada inglesa do século XX, um pouco ao estilo do que fez em A Liga de Cavalheiros Extraordinários com os heróis da literatura inglesa do século XIX. Os heróis que vão voltar para novas aventuras são The Steel Claw, Robot Archie, Capitain Hurricane e The Spider.
A trabalhar com Alan Moore, que apenas é responsável pelo enredo, está a sua filha Leah Moore e o seu marido John Reppion, encarregues do argumento, Shane Oakley a desenhar e George Freeman na arte final. As capas ficaram a cargo de Dave Gibbons.
Este é, aparentemente, um dos últimos trabalhos de Alan Moore para a DC/Wildstorm devido a alguns desacordos com a editora.
O primeiro número de Albion já chegou às lojas dos EUA e não deve demorar muito a chegar a este lado do Atlêntico. Enquanto esperam podem dar uma olhadela na review do The 4th Rail.

Farinha

Fantastic Four estreia já dia 14

PosterCom "Sin City" e "Batman Begins" a dar tanto que falar (e com razão!) este filme foi ficando esquecido e ainda não falámos dele por aqui. Mas nas últimas duas idas ao cinema (para ver precisamente aqueles dois) lá vi o trailer de Fantastic Four e até fiquei curioso.

A história do filme é simples e conta a origem do quarteto. Reed Richards (Ioan Gruffudd), um cientista ambicioso, tem o sonho de viajar até ao centro de uma tempestade cósmica com o objectivo de descobrir os segredos do genoma humano. Com a ajuda financeira de Victor Von Doom (Julian McMahon), Reed parte para o espaço com a sua equipa: o seu melhor amigo e astronauta Ben Grimm (Michael Chiklis), a sua ex-namorada Sue Storm (Jessica Alba) e o irmão de Sue, o piloto Johnny Storm (Chris Evans). Devido a um erro de cálculos eles acabam por ser engolidos pela tempestade cósmica que altera o seu ADN. De volta à Terra descobrem rapidamente os efeitos da viagem. Reed ganha a habilidade de se esticar e contorcer o seu corpo e passa a chamar-se Mr. Fantastic; Sue consegue tornar-se invisível e criar e projectar campos de força e ganha o nome Invisible Woman; Johnny passa a ser conhecido como Human Torch porque consegue incendiar o seu corpo e voar; Ben transforma-se num ser super-forte, cor-de-laranja e com a pele semelhante a pedra, The Thing. Juntos decidem usar os seus novos poderes para ajudar a humanidade e lutar contra Victor, agora o maquiavélico Dr. Doom.
Human Torch
Pelo pouco que vi este vai ser um daqueles blockbusters de Verão com muitas explosões e efeitos especiais. E pelo menos os efeitos parecem-me bastante bons: o "Tocha Humana" (em cima) está espectacular e "O Coisa" até nem parece tão mal como imaginei que seria.
Com a proximidade da estreia (é já dia 14 de Julho cá em Portugal) não falta por aí material promocional. Fiquem com estes três trailers, as apresentações das personagens e uma carrada de fotos. Aproveitem também para visitar o site oficial que, apesar de ser um bocado pesado para quem tem ligações mais lentas, está com um visual realmente fantástico.

Farinha

Batman Begins

Logo
Batman é, de todos os personagens de banda desenhada, aquele que mais vezes apareceu no grande ecrã. Mas infelizmente quantidade não significa qualidade e, depois de um excelente começo de Tim Burton em Batman, a qualidade foi diminuindo até ao desastroso Batman & Robin de Joel Schumacher. Foi então com um misto de "pior que o último não pode ser" e de confiança no trabalho de Christopher Nolan (por culpa de Memento) que entrei na sala de cinema, sem saber bem o que iria encontrar. E devo dizer que fiquei bastante contente com o que vi.

Neste filme Batman deixa de ser o foco das atenções. O mais importante é o homem por detrás da máscara, Bruce Wayne, e tudo o que o levou a tornar-se no Cavaleiro das Trevas. Além disso Gotham City é agora uma cidade normal, que até poderia existir na realidade, sem aquele aspecto fantástico dos filmes anteriores. Nota-se que o realismo foi umas das principais preocupações de Nolan e quando é necessário recorrer à fantasia, afinal este é um filme baseado num comic, isso é feito de uma forma inteligente e nada exagerada. É interessante ver, por exemplo, que todos os gadgets que o Batman usa (incluindo o estranho carro/tanque) são baseados em protótipos militares e que o poder do vilão Scarecrow se baseia na utilização de um composto químico que provoca alucinações, pânico e paranóia.
O elenco é do melhor que se podia esperar. Christian Bale desempenha os papéis de Batman e Bruce Wayne de forma irrepreensível, mostrando-se credível a representar qualquer uma das personages. Cillian Murphy consegue ser realmente assustador como Dr. Crane e Scarecrow. Michael Cain está perfeito como Alfred, o mordomo de Bruce Wayne, e Katie Holmes não deixa nada a desejar no seu papel da promotora pública que luta contra a corrupção, Rachel Dawes. Resumindo, nada de negativo a apontar em todo o elenco.

Mas nem tudo é perfeito. O que se nota logo desde o início é a maneira estranha como as lutas se desenrolam. É tudo muito rápido e a câmara está muito perto e a mexer-se de um lado para o outro. Não se percebe quem está a fazer o quê nem como. Além disso há daqueles erros científicos que estão sempre presentes neste tipo de filmes e que me deixam um bocado desiludido com a falta de atenção a certos pormenores, uns maiores que outros. Achei também estranha a voz de Batman, mais rouca e sombria que a de Wayne, mas que não me pareceu de todo credível.

Apesar de algumas falhas Batman Begins deixou-me bastante satisfeito e entra na minha lista de boas adaptações de BD ao cinema (que infelizmente é bastante reduzida). É isto que acontece quando se junta um bom argumento, um excelente realizador e um elenco à altura. A sequela está já a ser preparada, e esperemos que não estraguem tudo outra vez.

Farinha